A INCIDÊNCIA DO
MAL-ESTAR DOCENTE ENTRE OS PROFESSORES DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Introdução
O presente texto
visa discutir os fatores que mais influenciam a incidência do mal-estar docente
entre os professores de História da educação básica. Para tanto, um
questionário foi aplicado junto a 21 professores que lecionam na cidade de
Teresina, capital do Estado do Piauí, Brasil.
A questão do
mal-estar docente recebeu substancial interesse acadêmico ao longo dos últimos
anos. A análise da literatura sobre o tema permitiu perceber que alguns
pesquisadores buscaram discutir os fatores responsáveis pela presença do
mal-estar sugerindo formas para o alcance do bem-estar. Nesses estudos,
observou-se a existência de uma sobrecarga de tarefas atribuídas aos docentes,
além de outras dificuldades que se apresentam como constantes e crescentes e
que acabam cercando as condições de formação e de trabalho dos professores
(SAMPAIO; MARIN, 2004).
Schmidt (1998) já
havia apontado que há muito se fala da rudeza do ofício de professor e que isso
se aplica com pertinência ao professor de História. Com relação a esse aspecto,
observa-se que “formado, o professor de História, como tanto outros, envolve-se
com encargos familiares, com a luta pela sobrevivência e quase sempre não
dispõe de tempo e nem de dinheiro para investir em qualificação profissional”
(SCHMIDT, 1998, p. 55). Ele convive com a insegurança e a defasagem entre sua
própria formação e o aceleramento contínuo dos novos estudos e pesquisas do
conhecimento histórico. Para essa pesquisadora, a imagem do professor de
História é também ambígua: oscila entre o sacerdote, uma espécie de detentor do
conhecimento do passado e o militante, uma espécie de líder revolucionário.
Destacamos que no
contexto atual, em que assistimos o avanço político da direita no país, o
professor de História vem perdendo status
social e a imagem do profissional dessa área é, muitas vezes, tachada de
“doutrinadora” e/ou “esquerdista”, numa perspectiva negativa dos termos.
Entre imagens e
representações construídas sobre o professor de História no Brasil, o que se
observa é que seu processo de formação e as suas condições de trabalho
continuam marcadas pelas dificuldades, pela falta de recursos físicos e
materiais e pela falta de verbas (CERRI, 2013). Além disso, os constantes
embates educacionais, como o controverso movimento “Escola Sem Partido”
defendido por membros do atual governo, fazem com que as pressões sobre o
ensino se tornem cada vez maiores. Isso porque, há muito a escola se constituiu
como um espaço complexo de disputas
políticas e intelectuais (SILVA; FONSECA, 2010). Em meio a essas disputas, o
professor se sente, muitas vezes, sobrecarregado, desorientado e perplexo
(MARCHESI, 2008). Nesse sentido, considera-se importante uma análise sobre o
mal-estar docente a partir da percepção dos professores de História. A pesquisa
visa dar um contributo para o desenvolvimento do estudo sobre o tema,
principalmente no Estado do Piauí, onde não encontramos muitos trabalhos
acadêmicos que validem as proposições expostas pelo referencial teórico.
O que é Mal-estar
docente?
Esteve (1999) definiu
o mal-estar docente como uma doença social produzida pela falta de apoio da
sociedade aos professores. Desse modo, o termo surgiu na literatura pedagógica
como uma forma de resumir um conjunto de reações dos professores como um grupo
profissional desajustado diante de mudanças sociais.
Neste mesmo viés,
Jesus (1998) entende que o conceito de mal-estar traduz uma realidade causada
por diversos indicadores. Entre eles, é possível citar o crescimento da “era da
informação” e a democratização do ensino. Nesta nova configuração, a
transmissão do conhecimento, que antes era função apenas do professor, hoje
também pode ser realizada pelas tecnologias de informação e comunicação, como a
internet. De fato, podemos perceber uma crescente desvalorização da
imagem/figura do professor que é, por vezes, visto como um profissional quase
que substituível. No tocante a democratização do ensino, observa-se que ela teve
como consequência negativa o aumento do número de alunos e de professores, mas
sem a necessária qualificação destes.
Por sua vez,
Cordeiro (2007) constata que atualmente é perceptível um acentuado descompasso
entre as rápidas mudanças que acontecem em todos os setores da sociedade e a
resistência ou permanência das estruturas básicas de ensino, e isso vem
trazendo implicações muito complexas para os professores. Ainda segundo o
autor, cada vez mais esses profissionais recebem uma sobrecarga de tarefas, com
a intensificação do ritmo de trabalho e as pressões de tempos e prazos curtos. Em
decorrência disso, é possível observar o aparecimento de uma doença
profissional conhecida como síndrome da desistência ou Burnout. A síndrome de Burnout é caracterizada por um estado de
exaustão física, emocional ou mental. Para Cordeiro, uma das causas
dessa doença é natureza aberta do ensino: “trata-se de um trabalho que jamais
se acaba nem se esgota: sempre há mais a fazer, mais a ensinar, mais a cuidar”
(CORDEIRO, 2007, p. 58).
Por
sua vez, Niches (2010) pontua que o mal-estar docente é significado enquanto
produto de um contexto, onde estão associados elementos estruturais como a
burocratização da educação, as gestões escolares, a questão salarial e a falta
de apoio.
Apesar da gravidade
do mal-estar docente, muitos professores conseguem reagir face às dificuldades
profissionais. Segundo Picado (2009), o processo de desenvolvimento de
bem-estar/mal-estar docentes pode ser explicado da seguinte forma: os
professores tendem a avaliar os potenciais fatores profissionais como desafios
(interpretação positiva) ou como problemas (interpretação negativa). Para esse
autor, “estas interpretações conduzem a diferentes reações de alarme que
antecedem uma posterior fase de resistência em que o professor procura
adaptar-se à situação potencialmente problemática” (PICADO, 2009, p. 4). Nessa
perspectiva, o bem-estar docente se traduziria na motivação e na realização do
professor em virtude de um conjunto de competências de resiliência e de
estratégias para superar as dificuldades.
Metodologia
Com o intuito de alcançar
os objetivos da investigação, recorreu-se a uma metodologia de índole mista,
que combina os métodos de natureza qualitativa e quantitativa. No método misto
é possível utilizar instrumentos de recolha de dados que apresentem questões
abertas e fechadas, incluindo procedimento de análises estatísticas e análises
textuais. Por essas características, se
apresenta como o método mais indicado para o tipo de pesquisa aqui proposto.
Os participantes da pesquisa foram 21
professores de História que lecionam em escolas das redes pública e privada na
cidade de Teresina, capital do Estado do Piauí. O instrumento de coleta de
dados foi o questionário online. Foram formuladas questões em que os
professores podiam indicar, se houvessem, os fatores que mais influenciam a
incidência do mal-estar sobre eles. As respostas foram obtidas através do
correio eletrônico, durante os meses de fevereiro e março de 2017.
Resultados e discussão
Os fatores que mais
influenciam a incidência do mal-estar docente citados pelos professores de
História da educação básica podem ser observados abaixo:
1.
Desvalorização/falta
de reconhecimento (20%)
2.
Baixos
salários (11%)
3.
Carga
horária de trabalho excessiva (11%)
4.
Falta
de estrutura da escola (11%)
5.
Pressão
da coordenação/governo (11%)
6.
A
violência/falta de segurança nas escolas (9%)
7.
Desrespeito
(7%)
8.
Desinteresse
dos alunos (7%)
9.
A
indisciplina (4%)
10.
Falta
de autonomia na escolha de materiais e recursos didáticos (4%)
11.
Convívio
com outros professores (2%)
12.
Falta
de unidade entre os professores (2%)
13.
Outros
(2%)
Na
percepção dos professores de História que responderam o questionário, a
incidência do mal-estar docente se deve principalmente a desvalorização da
profissão. 20% das citações correspondem à insatisfação quanto à falta de apoio
e de reconhecimento pela sociedade. Eles mencionaram o não reconhecimento “por
parte de pais e chefes do esforço no cumprimento do fazer docente diário, bem
como desvalorização cada vez mais presente da imagem/figura do professor, por
vezes visto como profissional menor e substituível” (Professor 5).
Outros fatores
citados foram os baixos salários e as altas cargas horárias de trabalho (11%
ambos). Neste quesito, observa-se a existência do que podemos chamar de “carga
horária oculta”, uma vez que, muitas vezes, os professores acabam levando
trabalho para casa.
A falta de
estrutura das escolas (11%), a violência (9%), o desrespeito (7%), o
desinteresse dos alunos (4%) e a indisciplina (4%), já são fatores bastante
conhecidos pelos professores, especialmente os que lecionam em escolas
públicas. Por outro lado, chama a atenção que muitos professores se sentem
pressionados pela coordenação da escola ou pelo governo (aqui representados através
das secretarias de educação) para atingir determinados resultados. Os
entrevistados afirmaram que há a prática de culpar somente os professores
quando os alunos apresentam queda no desempenho ou não atingem as metas
estabelecidas pela escola. Nessa perspectiva, o professor ganha um protagonismo
paradoxal: nele se identifica a responsabilidade pelas mazelas do ensino e o
mágico poder de extirpá-las (SHIROMA, MORAES e EVANGELISTA, 2000).
Foi citada também a
falta de autonomia dos professores na escolha dos materiais e dos recursos
didáticos (2%), especialmente nas escolas particulares, onde os materiais
trazidos pelos professores só podem ser usados após avaliação e aprovação da
escola. Por fim, foi citado o convívio e a falta de unidade entre os
professores (2%), o que dificulta que a classe obtenha conquistas sociais,
políticas e educacionais importantes.
Ainda há
observações interessantes a serem feitas com relação aos dados obtidos. Notamos
que o mal-estar docente se apresenta de maneira distinta entre os professores
que lecionam em escolas públicas e os que lecionam em escolas particulares.
De modo geral, o
mal-estar docente apresentado pelos professores das escolas públicas é
influenciado por fatores como a violência, os baixos salários e falta de
estrutura da escola. Com relação a este aspecto o Professor 3, que leciona em
uma escola da rede municipal de ensino, afirmou o seguinte: “A violência. Já
sofri ameaças de alunos. A falta de respeito, dos alunos para com os profissionais
da educação, a falta de respeito de alguns pais ou responsáveis para com os
professores”. As ameaças, que ocorrem de forma direta ou indireta, podem partir
tanto dos alunos quanto dos familiares dos alunos.
Por outro lado, o
mal-estar docente apresentado pelos professores das escolas particulares sofre
influência principalmente da pressão da coordenação da escola e dos pais em
busca de resultados positivos dos alunos. Sobre o mal-estar causado por esse
fator, um professor que leciona em uma escola particular afirmou o seguinte:
“Os pais acabam por
transferir, único e exclusivamente, a responsabilidade de educar aos
professores. Nessa transferência, os estudantes acabam por se transformar em
frequentadores de sala de aula, onde são focadas as estratégias de
desenvolvimento somente de habilidades cognitivas, esquecendo de aprimorar
outros conhecimentos e valores, que são fundantes à consolidação de um cidadão
crítico, participativo e justo. A nossa realidade é bastante cruel, sobretudo
das escolas privadas, pois criamos a política da exaustão do ensino. Cumprimos
uma carga horário intensa e devastadora, onde o estudante se vê diante de
problemas de cobrança, de números, de resultados e, por não terem desenvolvido
experiências de tolerância às adversidades e capacidade de resolução das
questões-problema, marcam a sua ineficiência com estratégias de violência
autodirigida. Em contrapartida, o acompanhamento que os pais dão aos filhos é
da blindagem, onde culpar os fracassos e os erros, desde pequenos, aos coparticipes
do processo (professores) é a tarefa primária, e nisso os filhos vão se
desenvolvendo com deficiências sociais enormes. Essa postura familiar me choca
profundamente, contudo, também sei que muitos professores deixam a desejar no
processo de ensino e aprendizagem, mas educação não é algo que se obtém pagando
meramente uma mensalidade” (Professor 16).
O relato acima
reflete a realidade vivida pelos professores das escolas particulares, em que a
educação é, muitas vezes, entendida como uma mercadoria. Essa perspectiva pode
ser entendida como reflexo da configuração neoliberal que ganhou força na
educação brasileira, sobretudo, a partir da década de 1990. Ressaltamos que as
escolas particulares de Teresina vêm despontando nos últimos anos nos rankings
de melhores escolas do Brasil e nos que obtêm os melhores resultados no Exame
Nacional do Ensino Médio (ENEM). Em 2016, duas escolas da cidade figuraram
entre as 20 melhores do Brasil, na 3ª e na 16º posição. Para que esses
resultados sejam mantidos ou melhorados, são criadas estratégias e rotinas
sistemáticas que devem ser obedecidas tanto pelos professores quanto pelos
alunos. Os prazos são curtos e, segundo alguns professores, as cobranças são
constantes e em lugares e momentos inoportunos, o que acaba gerando o
mal-estar. Esse mal-estar vai refletir também nos alunos, pois a cobrança se
estende a eles.
Essa pressão por
resultados também existe nas escolas públicas, mesmo que seja em menor escala e
com objetivos diferentes. Um dos professores afirmou que o seu mal-estar é
influenciado pela pressão do governo, representado pela secretaria de educação,
para passar de ano alunos, que em sua concepção não apresentam “a mínima
condição de progressão” (Professor 10) com a finalidade de aumentar o índice de
aprovação da escola. Essa prática, além de distorcer os dados sobre a realidade
educacional no Estado, dificulta o processo de ensino-aprendizagem, uma vez que
o aluno somente avança de série, muitos ainda sem saber ler e nem escrever, mas
não progridem nos estudos.
Considerações
finais
O estudo teve como
objetivo identificar os fatores que mais influenciam a
incidência do mal-estar docente a partir da perspectiva dos professores de
História da educação básica. Com base no que foi exposto podemos inferir que as
causas do mal-estar são diversas e ele se apresenta de maneira distinta entre
os professores das escolas públicas e os das privadas. A sua incidência tem
influenciado negativamente prática educativa dos professores e o processo
ensino-aprendizagem, além de trazer prejuízos ao emocional dos docentes. Além
disso, percebemos serem verdadeiras as proposições levantadas pelo referencial
teórico, uma vez que, como foi apontado por Esteve (1999) e Jesus (1998), o
mal-estar docente reflete, entre outras coisas, a falta de apoio da sociedade
aos professores, como indicaram também os entrevistados.
Referências
Gabriela Alves
Monteiro é Mestra em História do Brasil (UFPI) e professora do curso de
Licenciatura Plena em História (UESPI).
CERRI, L. F. A formação de professores de história no
Brasil: antecedentes e panorama atual. História, Histórias. Brasília,
vol. 1, n. 2, p. 167-186, 2013.
CORDEIRO, J.
Didática. São Paulo: Contexto, 2007.
ESTEVE, J. M. O
mal-estar docente: a sala de aula e a saúde dos professores. São Paulo: EDUSC,
1999.
JESUS, S. N. de.
Bem-estar dos professores: estratégias para realização e desenvolvimento
profissional. Porto Codex – Portugal: Porto Editora, 1998.
MARCHESI, Á. O bem-estar dos professores:
competências, emoções e valores. Porto Alegre: Artmed, 2008.
NICHES, C. C.
Significados do mal-estar docente entre os professores de História. Dissertação (Mestrado em Educação). São
Leopoldo: Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2010.
PICADO, L. Ser
professor: do bem-estar para o mal-estar docente, 2009. Disponível em: <www.psicologia.com.pt> Acesso em 6
de março de 2017.
SAMPAIO,
M. F.; MARIN, A. J. Precarização do
trabalho docente e seus efeitos sobre as práticas curriculares. Educação & Sociedade. Campinas,
vol. 25, n. 89, p. 1203-1225, 2004.
SCHMIDT, M. A. A
formação do professor de história. In: BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber
histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1998.
SHIROMA, E.;
MORAES, M. C. M.; EVANGELISTA, O. Política Educacional. Rio de janeiro:
DP&A, 2000.
SILVA, M. A.; FONSECA, S. G. Ensino de História
hoje: errâncias, conquistas e
perdas. Revista Brasileira de História.
São
Olá Gabriela! Primeiramente parabenizo pela inciativa de atacar um tema relevante como o mal-estar docente na educação básica. Como foi bem apontado, professoras e professores de história e outras ciências humanas estão na alça de mira de grupos reacionários intencionados em distorcer a formação histórica da sociedade, o que torna tudo mais difícil.
ResponderExcluirEspecificamente sobre a sua metodologia de diálogo com professores do ensino básico, surgem basicamente dois questionamentos:
1- Em se tratando principalmente de escolas privadas e a necessidade de uma educação como mercadoria que prepara prioritariamente sujeitos aptos e adaptados ao mercado de trabalho (o que posso chamar de educação neoliberal), há nas fala dos docentes alguma estratégia sobre como também buscar novas possibilidades pedagógicas no sentido de desafogar a educação de uma espécie de toyotismo pedagógico?
2- Qual é a postura dos docentes (se houver nos relatos) em relação à representação de classe perante a organização para melhores condições de trabalho? Os professores da rede pública piauiense têm conseguido melhorias nos últimos anos?
Novamente, parabéns pelo texto!
att,
Ítalo Nelli Borges
Olá, Ítalo! Primeiramente, obrigada pelas considerações e pelos questionamentos feitos.
Excluir1 - Não houve um relato direto sobre "se" e/ou "como" eles buscam novas possibilidades pedagógicas. Contudo, é possível inferir, através de alguns depoimentos, que há um certo impasse entre as propostas didáticas dos professores e as das escolas. Foi citado, por exemplo, que os professores não têm muita autonomia na escolha dos materiais. Poderíamos fazer um exercício de imaginação e supor que o professor não participou do processo ou que tentou inserir uma proposta, mas esta foi rejeitada pela escola. Mas se os professores realmente efetivaram essas propostas em sala de aula utilizando outras táticas, eu não posso responder com certeza, uma vez que elas não foram relatadas nos depoimentos.
2 - Sobre esta questão, eu percebi uma insatisfação nos relatos. Alguns professores citaram que a falta de unidade dificulta que a classe obtenha conquistas importantes. Mas isso não significa que não haja luta. Neste momento, por exemplo, a rede estadual está em greve, com uma adesão significativa dos professores.
Gabriela Alves Monteiro
Olá Gabriela. Parabéns pelo texto e pela abordagem de temática tão delicada. Os professores da Escola Básica no Estado do Paraná vivenciam situações (especialmente a partir da grande greve de 2015, os pacotes de maldade do governo do ex governador Beto Richa, o massacre de 29 de abril, entre outras condições) que intensificam o mal estar docente. Diante desse quadro como poderiam ser as políticas publicas de formação continuada ou ações efetivas das instituições contratantes que contribuissem para amenizar esta realidade?
ResponderExcluirObrigado
Paulo Roberto de Freitas
Olá, Paulo Roberto. Tudo bem? Lembro-me de ter visto notícias sobre o lamentável acontecimento que você relatou. Ele exemplifica bem a questão de como os professores são tratados pelo Estado. Com relação às políticas públicas de formação continuada, já existem algumas pesquisas acadêmicas que indicam o alcance de resultados positivos através da realização de cursos e oficinas. Contudo, o problema é complexo, pois envolve também o processo de valorização da profissão docente e a melhoria condições de trabalho.
ExcluirGabriela Alves Monteiro
Oi Gabriela pesquisas como a sua são muito importantes, gostaria de saber se você pode indicar ações e ferramentas possíveis para a valorização e melhora da autoestima profissional de nossos professores? Obrigado
ResponderExcluirOlá, Everton! Tudo bem? Eu penso que haveria uma melhora na autoestima destes profissionais se eles sentissem que o seu trabalho é valorizado e reconhecido pela sociedade. Mas também, é importante frisar outros aspectos mais práticos, como a existência de materiais disponíveis para a realização das aulas, diminuição da carga horária de trabalho, salários compatíveis, formação continuada, entre outros.
ExcluirGabriela Alves Monteiro
Boa noite, professora Gabriela Monteiro!
ResponderExcluiro título do seu trabalho me despertou um imediato interesse, uma vez que tenho acompanhado professores que vêm vivenciando esse "mal-estar docente", alguns estão em estado avançado de depressão.
Voce considera que a presença e atuacao de profissionais da área da psicologia e psiquiatria nas escolas ajudaria a amenizar consideravelmente esse problema? Ou não faria tanta diferença, já que as suas raízes estão atreladas as mais variadas questões?
Maria Fabiola da Silva
mariafabioladasilva@yahoo.com.br
Olá, Maria. A minha pesquisa foi motivada por esta triste constatação. Através de observações e conversas com meus colegas de profissão, eu senti que havia algo errado. Infelizmente, este quadro vem se tornando comum. Sobre a questão dos profissionais da psicologia, somente inserção deles nas escolas não vai resolver o problema. É verdade. Contudo, eu penso que eles são de fundamental importância. Inclusive, os estudos sobre psicologia positiva vêm contribuindo bastante para o combate ao mal-estar na atualidade.
ExcluirGabriela Alves Monteiro
Boa Noite Prof.ª Gabriela,
ResponderExcluirMuito interessante e relevante o seu trabalho de pesquisa, parabéns! Realmente esse mal-estar docente é perceptível, tanto que são poucos os professores que chegam ao fim do magistério sem estar tomando remédio ou terem realizado algum tipo de tratamento psicológico. Acredito, e os dados coletados pela senhora comprovam isso, que a desvalorização social da profissão professor é o ponto chave para essa situação. Se realizarmos um levantamento de dados sobre os interesses profissionais de jovens que estão saindo do ensino médio e entrando nas graduações, percebemos o desprestígio pelas licenciaturas, em grande parte devido ao salário desses profissionais. Trabalhar e continuar se qualificando é um desafio para os professores brasileiros, pois ou você se sustenta ou se atualiza, e dificilmente há apoio de políticas para formação continuada, refletindo na qualidade da educação. Penso que se o sistema não for reorganizado de outra maneira, não serão palestras de autoajuda, motivação no início do ano letivo que irão modificar essa realidade.
Atenciosamente,
Laís Francine Weyh
Olá, Laís. Você fez uma excelente síntese da questão. O problema é sistêmico. Enquanto a estrutura não for mudada, não teremos avanços significativos neste aspecto.
ExcluirGabriela Alves Monteiro