Anderson Romário Pereira Corrêa e Jailton Santos Silva


CURRÍCULO E IDENTIDADES: DATAS COMEMORATIVAS NAS ESCOLARES EM SÃO BORJA



1 INTRODUÇÃO

As atividades com “Datas Históricas” e “Festas Cívicas” (Religiosas) nas escolas servem, entre outras questões, para a construção da identidade da comunidade escolar. Ações que mobilizam a comunidade escolar em atividades que muitas vezes não são refletidas e ou problematizadas. O currículo escolar está cheio dessas “datas comemorativas” e não raro os educadores, em especial os de História, só pra citar um exemplo, em relação às séries finais e ou ensino médio, são “convidados” a trabalharem com esses temas em sala de aula.
Tonholo (2012), ao investigar o impacto das datas comemorativas no calendário escolar e especificamente no Ensino de História destaca a possibilidade de trabalhar tais datas de forma significativa. De acordo com Tonholo nosso calendário está repleto de datas comemorativas, sejam elas de cunho histórico, religioso ou cultural. Dialogando com Furquim (1993), Tonholo diz que a escola esta inserida num ambiente cultural mais amplo que é a sociedade da qual ela faz parte. A escola não é uma ilha. Citando Viñao Frago, Tonholo escreve que, geralmente, a escola adota algumas datas comemorativas em seu calendário escolar, sem refletir sobre seu real significado e sem problematizar se deve ou não inclui-las. Isso já faz parte da “Cultura Escolar”. Citando outro autor, agora Charlote (2000), onde o mesmo diz “o que realmente define a relação com o saber não é o que se ensina, mas a mobilização em torno do ensinar e aprender.” Geralmente existe mobilização de toda a comunidade escolar, em certas datas comemorativas, e pouco se reflete sobre seu real significado.   Sobre isso Tonholo afirma:
“Quando uma ação não é efetivamente planejada, mas se repete todos os anos, podemos concluir que está ligada a cultura da tradição. Não se questiona as finalidades de se fazer, mas sim a necessidade de fazer. Neste contexto, é promissor discutir qual a função pedagógica ao se repetir, anos após anos, determinadas ações nas escolas.” (TONHOLO, 2012, p.186).
Tonholo diz que essa argumentação os aproxima do conceito de tradição inventada, cunhado por Hobsbawm (1984).   Segundo Hobsbawm “tradição inventada” é um conjunto de práticas normalmente reguladas por regras tácita ou abertamente aceitas; práticas, de natureza ritual ou simbólica, que tem por finalidade inculcar certos valores e normas de comportamento através da repetição. Essas “tradições inventadas” são repetições quase que obrigatórias. (Hobsbawm, 1984, p. 09s).  Observa-se que o trabalho com datas comemorativas nas escolas está atrelado a essa concepção. Para Tonholo, essa situação é existente na escola. Os educadores e toda a comunidade escolar precisam pensar sobre essa questão. Devem pensar se querem continuar fazendo tudo somente pela tradição e repetir a cada ano as mesmas ações ou refletir e transmitir aos alunos o real sentido e significado dessas datas, de forma que sejam propulsoras de um ensino significativo. Faz-se necessário partir do pressuposto de que é preciso refletir sobre a forma como são trabalhadas as datas comemorativas dentro da instituição escolar. (p.186)
Em pesquisa realizado por Cainelli (2004) a autora investigou a construção da identidade nacional através de uma pesquisa realizada com pessoas não alfabetizadas. Ela escolheu investigar o conhecimento que um número de adultos não alfabetizados tinham sobre Tiradentes e a data de 21 de Abril. Ela escolheu Tiradentes pelo fato de a bibliografia apontar que ele é um ícone da identidade nacional. As pessoas não alfabetizadas sabem que 21 de abril é feriado nacional, não sabem que é a data de Tiradentes e nem sabem quem foi Tiradentes. Ela concluiu que a memória social e o conhecimento sobre o que representa Tiradentes é uma construção da Escola, muito embora aja mobilização no feriado de 21 de abril (mobilização no sentido de feriado nacional). Essa pesquisa aponta para a importância da escola na construção da identidade entre os brasileiros
Pollak (1992) afirma que a memória é um elemento que compõe o sentimento de identidade, tanto individual como coletiva, pois é um fator importantíssimo do sentimento de continuidade e de coerência de uma pessoa de um grupo em sua reconstrução de si, ou seja, a memória está diretamente relacionada com os investimentos que um grupo deve fazer ao longo do tempo, todo o trabalho necessário para dar a cada membro de um grupo o sentimento de unidade. As identidades coletivas podem ser de gênero, de classe, nacionais, étnicas/culturais, regionais.
Isabel Bilhão (2005:18) trabalha com três aspectos da construção de identidades: o reconhecimento, a distinção e a memória coletiva. Assim, o reconhecimento quer dizer agir de acordo com o que representa ser; ser diferente; e ter uma memória coletiva que reforça os laços de continuidade e ligação entre passado, presente e futuro. História e memória contribuem na construção de identidades.  Kalina (2009), ao citar estudos de David Lowenthal, diz que identidade e memória estão indissociavelmente ligados e que é impossível saber quem somos sem recorrermos à memória. Segundo Le Goff (1990), a memória é a forma de conservar as informações do passado para que jamais sejam esquecidas, no entanto, ela é essencial na atualização do homem, onde, o mesmo estará apto a reproduzir informações passadas, fazendo com que a história se perpetue na consciência do ser. Por outro lado, o passado só se eterniza por meio de sínteses do conhecimento, que nos possibilita revivê-lo a partir de períodos em que o homem partilha suas experiências com o outro, assim, tornará a memória viva.   O estudo da memória é essencial, pois ela está fortemente ligada a estrutura da identidade. A memória é a ferramenta essencial no processo de construção de identidades, é através dela, que conhecemos todos os períodos do passado, embora possamos arquivar as informações extraordinárias e mantê-las preservadas.

Além de memória, o ritual cívico, como exemplo do ritual católico, é a vivência e os acontecimentos que marcaram a História. Portanto, símbolos e gestos são trasladados: 
“A narrativa relata acontecimentos históricos — mas acontecimentos históricos transfigurados pela mitificação que os transformou em substâncias inalteráveis e imutáveis. o conteúdo dos mitos é representado como não estando sujeito a qualquer espécie de mudança. o mito ensina que a história não é um jogo de forças contingentes.” (CONNERTON, 1993, p. 51).
As datas eram vistas como um padrão para o patriotismo, coisa que seria de grandes celebrações, porque demostrava o civismo e por muitos que seriam considerados heróis. Vale salientar, um dos mecanismos de grande influência foi a igreja católica, a exemplo do dia 03 de maio, onde foi celebrada a primeira missa para consagrar o descobrimento do Brasil.
Circe Bittencourt (2009: 104) escreve que existem quatro tipos de currículos escolares: formal, real, oculto e o avaliado. Currículo Formal é aquele definido por Lei e faz parte dos manuais e outros documentos escolares; o currículo real é aquele que é realmente trabalhado, aplicado; o currículo avaliado é aquele valorizado pelo professor em suas avaliações e o currículo oculto é  aquele que exige normas e comportamentos que não são registrados e que fazem parte da cultura e ideologia da sociedade (Ex.; discriminações étnicas, sexuais, valorização do individualismo, da competição). Algumas atividades com datas comemorativas são verdadeiros rituais. Entre estes estão as atividades do dia 07 de setembro. O ritual em uma nacionalidade é visto como homenagem à Pátria, ou seja, consiste em produzir junto à sociedade atitudes “Sagradas”, como por exemplo, nossa bandeira, músicas que simbolizem a Pátria, “(...) ficamos em atitude de culto, descobertos como diante de um altar, e sempre ufanos de ver o sagrado pendão cada vez mais alto entre os das outras nações”. (BITTENCOURT 1988. p.48).
Para Hall (1998:08), a definição do conceito de identidade é demasiadamente complexo, o autor distingue três definições muito diferentes de identidade no percurso histórico: a primeira, a do sujeito do Iluminismo, como um indivíduo centrado, unificado, contínuo ou “idêntico” ao longo da sua existência; a segunda, a do sujeito sociológico, formado na relação com o  outro, na interação entre o eu e a sociedade; e a terceira e última, a do sujeito pós-moderno, fragmentado, composto de várias identidades, sem uma identidade fixa ou permanente.

Nosso problema de pesquisa consiste em investigar quais identidades são construídas nas escolas de educação básica de São Borja. Considerando que a cidade de São Borja é uma cidade localizada na fronteira com a Argentina. Também buscamos verificar se a lei 10.639/09, que trata do Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, estão sendo lembradas pelos educando. Pretende-se conhecer quais datas comemorativas trabalhadas nas escolas são lembradas pelos estudantes de São Borja.

2 METODOLOGIA

A presente pesquisa, de acordo com a abordagem, é qualitativa; quanto à natureza é básica; quanto ao objetivo é explicativa e quanto ao procedimento é de Campo. Para atingir nosso objetivo e responder nossa problemática realizou-se uma pesquisa de campo com entrevistas a alunos da Educação Básica de São Borja.  De acordo com o IBGE – 2017, a cidade de São Borja possui aproximadamente 9.411 alunos matriculados na Educação Báica. São 7.293 matriculas no Ensino fundamental e 2.118 no Ensino Médio. A pesquisa realizou entrevista com 93 alunos de seis escolas diferentes. Cada aluno respondeu a seguinte pergunta: Quais datas comemorativas você estudou na escola? Os entrevistados podiam dar mais de uma resposta. Cada aluno deu em média três respostas, o que chamamos de “lembranças”, totalizando 312 respostas. Foram “lembradas”, ao todo, 23 datas/temas. Primeiramente elaborou-se um quadro com a descrição e quantificação das respostas. Em seguida foram classificadas as respostas por “categorias” e depois elaborou-se um gráfico para interpretar os dados a luz dos conceitos definidos no Referencial Teórico.

3 RESULTADOS e DISCUSSÃO

O quadro abaixo, organizado a partir das 23 datas e atividades citadas pelos entrevistados em relação às “datas comemorativas na escola”. Dividiu-se  as respostas em oito categorias: Identidade nacional, Identidade étnica, Identidade de Classe, Identidade de Gênero, Religiosas, Comerciais, Educativas e Outras.



Quadro 01 – Classificação das respostas por categoria
Fonte: Elaboração Própria – 2019

Problemas que ocorreram na hora de classificar as datas citadas pelos entrevistados:
- No que se refere à identidade nacional/regional, com as comemorações da Semana Farroupilha. Optou-se por classificar a Semana Farroupilha, num primeiro momento, como atividade de cunho “nacional”, podendo ser classificada como uma nova categoria.
- Na definição da categoria “Gênero” ficou-se em dúvida em relação aos dias das mães e dos pais. Seria possível classificar as comemorações dos dias das mães e dos pais como gênero feminino e masculino?
- Classificou-se como “outros” as atividades, com um número bem significativo de “respostas”, que são as “festas Juninas”. Pensou-se em classifica-las como Religiosas.

Abaixo, gráfico que demonstra a porcentagem das respostas por “categorias”.


Gráfico 01 – porcentagem das repostas

          Fonte: Elaboração Própria  -2018


         Se forem consideradas junto as atividade de cunho nacional, as de cunho religioso e as atividades juninas terão 63% das atividades relacionadas às Datas Comemorativas com temas cívico-religiosos (construtores da identidade nacional)


4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As Datas Comemorativas fazem parte dos currículos escolares em São Borja. Verificar a construção de identidade a partir das Datas Comemorativas é uma possibilidade que requer alguns cuidados. Não se pode generalizar em relação a construção das identidades somente desse “fenômeno”. As Datas Comemorativas correspondem a uma pequena parcela daquilo que é desenvolvido no cotidiano escolar.
O objetivo da pesquisa foi conhecer quais Datas Comemorativas eram lembradas pelos estudantes da Educação Básica de São Borja. Os estudantes lembraram mais de atividades cívico religiosas (nacionais e religiosas). As datas comerciais aparecem em segundo lugar e em terceiro lugar as datas de cunho étnico, classe e gênero.
As identidades cívico-religiosas contribuem pra construção da identidade nacional (memória, idioma, símbolos, religiosidade, etc).
Destaca-se que a Data do 20 de setembro, data importante pra identidade e cultura regional, foi pouco lembrada pelos alunos entrevistados.
As atividades relacionadas às Datas Comemorativas nas escolas de São Borja possibilitam a construção de identidades múltiplas com destaque à nacional.


REFERÊNCIAS

Anderson Romário Pereira Corrêa é Mestre em História (PUCRS), Especialista em Gestão Educacional (URCAMP) e Graduado em História (URCAMP).

Jailton Santos Silva, dissente de Licenciatura em Ciências Humanas na Universidade Federal do Pampa, Campus São Borja – 5º Semestre.

Este trabalho é resultado dos estudos ministrados por Anderson R. Pereira  Corrêa na Disciplina Prática de Ensino, do Curso de Ciências Humanas, Universidade Federal do Pampa (São Borja), em 2018.

BILHÃO, Isabel Aparecida. Identidade e Trabalho: análise da construção identitária dos operários porto-alegrenses (1896 –1920). Tese. Porto Alegre: UFRGS, 2005.
BITTENCOURT, C. M. F. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez Editora, 2008.
BITTENCOURT, Circe. As "tradições nacionais" e o ritual das festas cívicas. In: PINSKY, Jaime. O ensino de História e a criação do fato. São Paulo: Contexto, 1988.
BITTENCOURT, Circe. Dicionário de datas da historia do Brasil /  São Paulo, SP : Contexto, 2007.
CAINELLI, Mariene . A construção dos heróis e a memória nacional entre os não letrados. História & Ensino, Londrina, v. 10, p. 5-19, OUt. 2004
CARRETERO, Mario. Documentos de identidade: a construção da memoria histórica em um mundo globalizado . Porto Alegre, RS: Artmed, 2010.
CONNERTON, Paul. Como as sociedades recordam. Oeiras: Celta, 1993.
FORQUIN, J. C. Escola e cultura: as bases sociais e epistemológicas do conhecimento escolar. Tradução: Guacira Lopes Louro. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.  
Gatti (2004) Apud. TEIXEIRA, Nádia França. Caderno pedagógico, Lajeado, v. 12, n. 2, p. 7-17, 2015.
HALL, Stuart. A identidade Cultural na Pós-modernidade . 2.ed. Trad. Tomaz T. da Silva e Guaracira L. Louro. Rio de Janeiro: DP&A, 1998.

HOBSBAWM, E.; RANGER, T. (orgs.). A invenção das tradições. – Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984. 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: Unicamp, 1990.
LE GOFF, Jacques. Patrimônio histórico, cidadania e identidade cultural: o direito à memória. In: BITTENCOURT, Circe (Org.) O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Conexto, 1997.
POLLAK, Michael. Memória e identidade social. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, vol.5. n.10. 1992. p. 200-212.
SILVA, Kalina Vanderlei. Dicionário de conceitos históricos. 2.ed., 2ª reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2009.
TADEU, Tomaz. Documentos de identidade; uma introdução às teorias do currículo. Tomaz Tadeu. – 3. ed. – 3. reimp – Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
TONHOLO, Thamiris Bettiol. Datas Comemorativas no contexto escolar. In: Revista Eletrônica Pro-docência/UEL. Edição Nº. 4, Vol. 1, jul-dez. 2013.  DISPONÍVEL EM: http://www.uel.br/revistas/prodocenciafope   Acesso em: 17/06/2018, 10:00
VIÑAO FRAGO, A. El espacio y el tiempo escolares como objecto histórico. Contemporaneidade e Educação (Temas de História da Educação), Rio de Janeiro, Instituto de Estudos da Cultura Escolar, ano 5, n. 7, 2000.  


14 comentários:

  1. miriam bianca amaral ribeiro8 de abril de 2019 às 10:03

    Ola, colegas. Como lidar com a noção de datas, especialmente as comemorativas, sem reproduzir uma lógica factual, de base positivista? Miriam Bianca Amaral Ribeiro

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    1. Pensamos que, não devemos comemorar datas religiosas. Ainda mais quando estamos inseridos em escola pública que faz parte do Estado, logo, como sabemos é laico, isto é, não há religião. Sendo assim, datas que estejam ligadas diretamente ou indiretamente com qualquer tipo de crença ou com o catolicismo precisam ser discutidas e transformadas. Não há como a escola beneficiar uma religião em perda da outra e até mesmo “esquecer” que várias pessoas não possuem religião. O positivismo, talvez seja um dos caminhos fundamentais, pois, busca o conhecimento científico, onde nos levará ao questionamento crítico e ao conhecimento verdadeiro das coisas. Jailton Santos Silva

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  2. Olá Miriam! Usamos as comemorações como fonte de analise. No nosso debate teórico fizemos essa consideração de problematizar essas atividades presentes nos currículos. Obrigado pela pergunta!
    Anderson Romário Pereira Corrêa

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  3. Boa noite Anderson e Jailton, gostei bastante da abordagem do tema principalmente por vocês tratarem a questão importantíssima da memorização dos fatos históricos como ferramenta para o processo de construção de identidade. Como estudante de Pedagogia, sei da grande influência que as comemorações das datas consideradas importantes representam para a formação do indivíduo, visto que nas etapas de Educação Infantil e Ensino Fundamental menor essas datas são lembradas com mais “impacto” do que nos anos maiores. A questão maior surge então quando observamos como e com quais intenções essas datas são celebradas nas instituições de ensino. O problema surge quando os fatores marcantes da história, que hoje resultam em feriados ou datas importantes, são reproduzidos nas escolas de uma forma meramente repetitiva e sem maiores significados para os alunos, ou seja, os mesmos não se sentem pertencentes aqueles fatos históricos, logo não dão importância e muito menos identificam quais contribuições, negativas ou positivas, as datas apresentaram ao longo do processo de formação individual e social. A questão que quero apresentar aqui, que pode também tornar-se uma sugestão, é a seguinte: não seria mais proveitoso, da parte metodológica, ou não trariam mais resultados e discussões se a questão respondida pelos alunos fosse além das lembranças das datas? Não ficaria mais rico se fossem perguntados qual a importância que os alunos veem em cada comemoração, ou se eles acham que as datas comemorativas, abordadas como são nas escolas, contribuem para a formação pessoal e em etapas futuras dos estudos, por exemplo?

    Ana Beatriz dos Santos Silva

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  4. Boa noite Ana Beatriz. Obrigado pela pergunta e pelos comentários. Na pesquisa, aplicamos um questionário semi-estruturado com outros questionamentos. No momento trabalhamos com as atividades lembradas pelos entrevistados. Obrigado pela sugestão!
    Anderson Romário Pereira Corrêa

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  5. Boa noite
    Achei muito interessante a reflexão de vocês. Eu sou formada em História e acho desnecessário trabalhar datas comemorativas em dias pontuais. Acho um desrespeito por exemplo, fazer cocar com as crianças no dia do índio, onde é somente vista a questão cultural, mas nem sempre é repassado aos alunos a realidade do povo indígena, assim como acontece em outras datas. É abordado sobre o dito descobrimento do Brasil, como se os portugueses fossem verdadeiros heróis e não é explicado para as crianças que nosso país ainda sofre as consequências do período colonial. Na minha opinião deve-se trabalhar sobre esses temas durante o ano letivo, mas num contexto que seja útil para o aprendizado da criança e não somente nos dias pontuais para que seja registrado. Gostaria de saber como vocês trabalhariam em sala de aula as datas comemorativas.

    Inês Valéria Antoczecen

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    1. Bom dia, Inês Antoczecen!
      Obrigado por sua colocação e sua pergunta.
      Colocar o aluno para refletir sobre as datas comemorativas que estão sendo trabalhadas, classificar as proeminentes com objetivo, recuperando por meio de sua historicidade e sua legítima importância; como por exemplo, ao comemorar o Dia do índio pode ser refletida na análise dos indígenas no período contemporâneos no Brasil, questionando quais são suas crenças, seus costumes e como lidam com o meio ambiente etc. Jailton Santos Silva

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  6. Olá, em seu trabalho foi possível estabelecer alguma conjectura ou hipótese para que a identidade de classe fosse tão pouco lembrada ou citada?

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  7. Olá Everton! Não problematizamos o fato de umas "Datas"" serem mais ou menos lembradas. Acredito que a pesquisa oferece um indicativo de futuras problematizações e melhorarias na qualidade técnica pra explorar esta e outras questões de identidade. Opinião:Talvez o fato das datas relacionadas à questões profissionais e ou de classe não serem lembradas reflete um pouco a falta de "consciência de classe" e fraca capacidade de mobilização por parte dos movimentos classistas trabalhadores). Obrigado pela pergunta!

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  8. Olá Everton! Não problematizamos o fato de umas "Datas"" serem mais ou menos lembradas. Acredito que a pesquisa oferece um indicativo de futuras problematizações e melhorarias na qualidade técnica pra explorar esta e outras questões de identidade. Opinião:Talvez o fato das datas relacionadas à questões profissionais e ou de classe não serem lembradas reflete um pouco a falta de "consciência de classe" e fraca capacidade de mobilização por parte dos movimentos classistas trabalhadores). Obrigado pela pergunta!
    Anderson Romário Pereira Corrêa

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  9. Olá colegas, parabéns pelo trabalho, gostaria de saber como vocês identificaram por parte das escolas como elas veem essa questão das datas comemorativas com a identidade local e do estudante? e se eles tem essa noção de quão importante é na construção do pensamento critico dos estudantes a questão da relação com a história local.
    Obrigada,sucesso.
    (Maria do Carmo Rodrigues do Nascimento)

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  10. Olá, Maria do Carmo Rodrigues do Nascimento.
    Para atingir nosso objetivo e responder nossa problemática realizou-se uma pesquisa de campo com entrevistas à alunos da Educação Básica de São Borja. De acordo com o IBGE – 2017, a cidade de São Borja possui uma 9.723, criança matrículas no Ensino fundamental e 2.11 matriculadas no Ensino Médio. Corresponde a um total de 9.411 matriculas. A pesquisa realizou entrevista com 93 alunos de seis escolas diferentes. Cada aluno respondeu a seguinte pergunta: Quais datas comemorativas você estudou na escola? Os entrevistados podiam dar mais de uma resposta. Cada aluno deu em média três respostas, o que chamamos de “lembranças”, totalizando 312 respostas. Jailton Santos Silva.

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  11. Boa tarde! Parabéns pelo trabalho, ele nos aponta ótimos dados que nos faz questionar muitos aspectos do ensino de história e a construção de identidade atualmente.

    Contudo, pegando o ganho da colega Maria do Carmo Rodrigues do Nascimento, considero muito válido entender esses dados em confronto com as propostas pedagógicas das escolas, ou seja, se elas têm desenvolvido trabalhos acerca de datas comemorativas visando o nacional e o regional, e ao realizar o confronto, pensar se nestas comemorações é trabalhada a história, e não somente o fato histórico. Ainda, pontuo que o procedimento metodológico escolhido durante o trabalho (escolher seis escolas e delas 93 alunos) nos induz a generalização de que em todas as escolas da região as crianças lembram mais de datas cívico-religiosas do que outras regiões. Então, seria muito importante entender a motivação da escolha das escolas, as propostas pedagógicas das escolas, como se trabalha a história nessas datas comemorativa, pois assim entenderemos o motivo pelo qual esses alunos lembram mais de algumas datas que outras.

    Atenciosamente,
    Elizabeth Oliveira

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  12. Olá, cumprimento pelo trabalho apresentado, é rico em fontes para pensar a história da educação. Visto todos os aspectos podemos estabelecer alguma relação do trabalho com datas comemorativas e as orientações religiosas?

    Carla Cattelan

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