No ano de 2014, completou-se 50 anos do golpe civil-militar
de 1964. O regime instaurado com o golpe perdurou até o ano de 1985, quando se
tem o processo de redemocratização no Brasil. Esse período se caracterizou por
ser um período controverso da história brasileira marcado pelo cerceamento de valores
e liberdades democráticas, a censura aos meios de comunicação, prisões
políticas, desaparecimentos, torturas, exílios de pessoas contrárias ao
governo. Por outro lado, foi neste período que o Brasil apresentou seu maior
crescimento. Foi o chamado “milagre econômico”. Na década de 1970, a seleção
brasileira vence a copa do mundo, fato que foi utilizado como propaganda ideológica
a favor do governo dos governos militares. Em resultado dessa conjuntura política
de opressão sugiram diversas agentes políticos e sociais em oposição em
oposição aos governos militares, contando até mesmo com a luta armada e a
importante ação dos movimentos sociais.
Considerando a
multiplicidades de narrativas e eventos, esse foi e continua a ser um período
recheado de contradições da nossa história que é permeado de disputas pela história e memória. Mediante
conjuntura política, econômica e social e a disputas pelas narrativas, podemos
nos problematizar qual a memória deve prevalecer acerca da ditadura no Brasil? Partindo
deste dilema este artigo propõe uma atividade de reflexão em torno da memória como
atividade possível para a prática docente sobre a temática da ditadura
civil-militar (1964 – 1985), no Brasil.
Para assuntar esse
debate em sala de aula sobre as disputas pela memória do passado recente da
história brasileira, propomos metodologicamente a leitura em sala de aula de
dois textos base: o primeiro intitulado “A
árvore boa”, escrito pelo General do exército brasileiro e ex-chefe do
Estado-Maior da Defesa, Rômulo Bini Pereira, publicado no Jornal Estadão, em que ele se posiciona
favorável a ditadura civil-militar. O segundo, intitulado “A eterna transição”,
é do professor de filosofia Vladmir Safatle, e foi publicado no jornal Carta Capital, e surge como resposta a
defesa da ditadura esboçada pelo general, e traça uma versão divergente para
este mesmo período da história brasileira. A partir desses artigos temos uma continuidade
em outras matérias que esboçam debates acalorados de visões diferentes, embora
sob o mesmo passado.
O artigo publicado
no jornal Estado de S. Paulo no dia 19 fevereiro de 2014, pelo ex-general Rômulo
Bini Pereira argumenta o seguinte:
“A Revolução
Democrática de 31 de março completa 50 anos este ano e já se observa elevado
número de reportagens e artigos sobre esse fato histórico. Nesse diapasão, nas
esferas federal, estaduais e até municipais avultam as diversas Comissões da
Verdade criadas no País, a levantarem fatos que vão repercutir na opinião
pública com uma visão num só sentido. Seu escopo maior é denegrir o fato
histórico, cujo combustível veio do coração nacionalista do povo brasileiro no
limiar do outono de 1964. Ao passo que os crimes cometidos pelas esquerdas
radicais são nefanda e irresponsavelmente acobertados por essas comissões. A
atual "presidenta" da República, que participou ativamente da luta
armada, em recente visita à paradisíaca Ilha de Cuba demonstrou ao mundo sua
prestimosa submissão ao líder comunista Fidel Castro. Esse seu ato mostra que,
se a revolução não fosse vitoriosa, estaríamos sob a vigência de uma
"democracia sanguinária", semelhante à que ainda escraviza e
aterroriza o povo cubano. Após 30 anos da Nova República e de cinco governos
civis, notam-se análises negativas quanto ao presente e ao futuro do Brasil. Os
três Poderes da República, base de todo regime democrático, vivem hoje momentos
sensíveis e preocupantes - corrupção e mordomias em todos os seus níveis. [...]
O Executivo passa por sérias dificuldades, pois a "presidenta"
demonstra ser incapaz de governar com seriedade, equilíbrio e competência.
Diante de qualquer obstáculo, convoca especialistas em propaganda e
marqueteiros para que façam diminuir ou mascarar os pontos negativos que
poderão surgir, pois só o que ela e seu partido querem é conseguir a reeleição.
[...] Nosso país está sendo ridicularizado em todo o mundo por tantos
escândalos. País assim não pode postular distinção de tamanha expressão
mundial. Nos dias atuais o País vive momentos conturbados, que se vêm agravando
desde os surpreendentes movimentos populares de junho de 2013. A Copa do Mundo
traz efetivas preocupações ao povo brasileiro. Manifestações ininterruptas
conduzidas por vândalos transformaram algumas cidades, principalmente as
capitais, em verdadeiras praças de guerra. Os "rolezinhos", já
bastante disseminados, trazem em seu bojo indícios de luta de classes. A
criminalidade já é endêmica entre nós e isso faz com que não mais sejamos
vistos como um povo pacífico e cordato. Nossos índices de crimes anuais já
atingem a cifra de 50 mil mortos/ano, próximos aos de países onde há guerra
civil. As autoridades constituídas pouco fazem para reverter essa situação.
Propalam promessas vãs, são incompetentes, demonstram desinteresse e má-fé. Seu
aparato policial está sempre pressionado, pois suas ações são consideradas
agressivas. As soluções não surgem e o País vive uma situação de descalabro
político e moral, com manifestos sinais de incipiente desobediência civil. É
essa a democracia que desejamos? Finalmente, um enorme paradoxo. As Forças
Armadas continuam sendo a instituição de maior credibilidade no País, e isso é
se deve não apenas à eficiência, à noção de responsabilidade, ao trato da coisa
pública, mas, sobretudo, aos valores morais que são cultivados em todos os seus
escalões. A honestidade, a probidade, a disciplina e o empenho no cumprimento
da missão são algumas virtudes que norteiam as Forças Armadas e que deveriam
também ser exercidas pelos diversos mandatários dos governos de nosso país. O
que, infelizmente, não ocorre. Na área militar nota-se ainda repulsa aos atos
das citadas comissões. Ela é flagrante, crescente e de silenciosa revolta.
Pensam que os integrantes das Forças Armadas - quietos, calados e parecendo
subservientes - assistem passivamente aos acontecimentos atuais com sua
consciência adormecida. Não é bem isso que está acontecendo! As esquerdas
sempre alardeiam que os "militares de hoje" não são como "os de
1964". Sem dúvida! Aqueles, mais preparados cultural e profissionalmente e
mais informados que estes, mantêm, contudo, bem viva a mesma chama que seus
predecessores possuíam e lhes legaram: o amor à liberdade, aos princípios
democráticos, à instituição e ao Brasil. Também não aceitarão e, se necessário,
confrontarão regimes que ideólogos gramscistas queiram impor à sociedade
brasileira, preconizados pelo Foro de São Paulo, órgão orientador do partido
que nos governa e de alguns países da América do Sul que se dizem democratas. Mesmo
sendo vilipendiada, devemos saudar a Revolução Democrática. É voz geral entre
os esquerdistas que 64 jamais será esquecido. Ótimo, nós, civis e militares que
a apoiamos, também não a esqueceremos. A Revolução de 1964 será sempre uma
"árvore boa"!”
Neste texto de opinião, o ex-general e comandante do estado
maior do exército brasileiro busca traçar uma memória positiva do período da ditadura
referindo se a este momento da história não como “golpe”, mas como “Revolução
Democrática de 31 de março”. Estabelece duras críticas a “Comissões da
Verdade”, que segundo suas análises tem um propósito maior de “denegrir o fato
histórico, cujo combustível veio do coração nacionalista do povo brasileiro no
limiar do outono de 1964”. Este pensamento em certa medida, corrobora com
recentes intepretações históricas das últimas décadas, dos anos 1970 e 1980 que
compreende os regimes autoritários e as ditaduras como produto social ( ROLLEMBERG, 2010) que nascerá, a partir de construções
amoldadas no âmago da sociedade e não simplesmente como algo desvinculado do
fator social que se sustenta unicamente sob a ótica de seus mecanismos de repressão.
Dando sequência ao
seu plano de defesa da ditadura o mesmo estabelece críticas a, então presidenta
do Brasil no sentido de desqualifica-la e estende análises negativas para os cinco
governos civis o que estabelece previsões, também negativas para o Brasil
futuro. Em seguida estabelece análises críticas aos três poderes e aponta para
o aumento da criminalidade e uma conjuntura de “descalabro político e moral,
com manifestos sinais de incipiente desobediência civil”. Também, chama atenção
para o descrédito internacional do povo brasileiro que segundo ele era visto
como um “povo pacifico e cordato”. Então, fecha sua argumentação com fazendo
uma defesa as forças armadas que segundo ele é a instituição de maior credibilidade
no país defensora dos valores morais. Por fim, saúda a “revolução democrática” apresentando-a
como uma “arvore boa”.
Michael
Pollak (1989) no texto “memória, esquecimento, silêncio” trabalha o conceito de
enquadramento da memória. O
enquadramento seria uma proposta de busca de coesão interna de um grupo, e
também sua adequação, de acordo com os interesses do presente. Dessa forma, “As
memórias coletivas impostas e defendidas por um trabalho especializado de
enquadramento [...] são certamente um ingrediente importante para a perenidade
do tecido social e das estruturas institucionais de uma sociedade” (POLLAK,
1989, P.12). Assim, o trabalho de
enquadramento da memória deve atender demandas de justificação que garanta
credibilidade. Ao que parece, o mesmo tenta estabelecer uma conjuntura de
descredito dos governos civis, afim de uma abertura política para um possível
retorno de um governo militar que como é esboçado parece a única solução
possível frente a ausência de perspectivas de melhorias de um futuro para o
país.
O segundo texto escrito no jornal “Carta Capital”
emerge em resposta defesa da ditadura feita pelo ex-general. Vladimir Safatle
que traça algumas análises críticas a este período e a primeira fala, vejamos:
“A reflexão a respeito dos 50 anos do golpe
de 64 começou. E estão demonstrados com clareza os malefícios da transição à
brasileira. Sua maior característica é o fato de ela nunca acabar. Vende-se a
falsa versão de que o Brasil seria um país de reconciliação fácil, capaz de
mobilizar todos os setores da sociedade para uma superação de traumas passados.
Na verdade, somos uma nação onde os traumas nunca são superados, pois eles sequer
são nomeados. Dessa forma, somos obrigados a conviver com fantasmas que parecem
sair do nada, mas são, na verdade, a expressão de visões que nunca morreram de
fato. Há pouco, o jornal O Estado de S. Paulo decidiu publicar um artigo do
general Rômulo Bini Pereira a respeito da grandeza do que esse senhor chama de
“Revolução de 64”. Não consigo imaginar nenhuma nação do mundo na qual cidadãos
sofreriam o insulto de ver um militar criticar governos democráticos e elogiar
ditaduras, sem passar por nada minimamente parecido a um mea culpa a respeito de seus crimes e do fato de a ditadura ter
instalado no Brasil um Estado ilegal comandado por bandidos. Na Argentina, no
Chile, no Uruguai ou Espanha, seria inimaginável. Um senhor como este, mesmo na
reserva, seria destituído de suas patentes e processado por apologia do crime
contra o Estado democrático [...] Mas estamos no Brasil e aqui elogiar nosso
período ditatorial, com seus assassinos e torturadores, é tratado como um
“direito de opinião”. É de se admirar ainda que uma empresa de comunicação que
participou ativamente do golpe e que o defendeu até a última hora,
principalmente por meio de editoriais nos quais criticava movimentos
democráticos como as Diretas Já, não tenha sensibilidade para evitar esse
constrangimento [...] O que poderíamos esperar de um país no qual nenhum
torturador, absolutamente nenhum, foi preso ou simplesmente julgado? O Brasil
não pode continuar a farsa da reconciliação nacional sem que as Forças Armadas
mostrem minimamente terem entendido o que fizeram e ofereçam publicamente um
pedido de perdão à população brasileira por terem destruído nossa democracia.
Enquanto isso não ocorrer, elas serão vistas por vários setores da sociedade
brasileira como um corpo estranho, uma corporação pronta a desordenar, mais uma
vez, a nação por meio da força e do arbítrio [...] O que se espera deste
momento de reflexão a respeito dos 50 anos do golpe é, ao menos, o fim dessa
prática medonha de nunca colocar claramente como objetos de repúdio público
aqueles que destruíram não apenas 20 anos da história brasileira, mas
contribuíram para um presente ainda assombrado pelos piores fantasmas. O Brasil
merece Forças Armadas defensoras da democracia, não um clube dedicado a abrigar
os defensores de estupradores, torturadores, assassinos e ocultadores de cadáveres.
”
Este
artigo traz uma outra visão destoa da tecida no primeiro artigo. As críticas
elaboradas a primeira fala são duras e pondera que não consegue imaginar como
um militar pode elogiar ditadura e criticar governos democráticos e não sofrer
nenhuma pena ao que segundo ele constata-se como uma apologia do crime contra o
Estado democrático. O “lugar de fala” de ambos nos oferece subsídios para
entendermos suas construções, onde temos de um lado um general do exército e do
outro um filho de um ex-guerrilheiro, sua
família se mudou para o Brasil em virtude da ascensão de Augusto Pinochet, o
que caracterizam como um exilado político da ditadura do Chile.
Todavia,
não foi a última vez que o ex-general levantou voz em defesa da ditadura
militar no Brasil e esboça ataques a Comissão Nacional da Verdade. Em 24 de
março de 2014 escrevera um artigo intitulado "Nova história" no qual estabelece denúncia contra a Comissão
Nacional da Verdade que segundo ele está ligada a “homens
ideologicamente envolvidos com a esquerda” e “prevalecendo uma deliberada e
vingativa campanha contra as Forças Armadas” que tem o objetivo de compor uma
“nova história” que, por sua vez não trata de uma “nova história”, mas sim uma
“mentira histórica”.
Em 08 de novembro de 2015, escreve outro artigo intitulado Alertar é preciso! Onde qualifica
o, então cenário político como “horas de total escuridão, desacertos, mentiras
e degeneração política e moral do País” apontado para o preparo das forçar
armadas para uma possível atuação frente a incapacidade das instituições
democráticas e das lideranças políticas de gerir os destinos e interesses da
nação brasileira. Em 15 de dezembro 2016, publicará outro artigo Alertar é preciso! (2) que dá
continuidade ao artigo anterior destacando um crescente aumento de adeptos da
adoção de uma intervenção militar. Finalizando o artigo com as seguintes
palavras: “Se o clamor popular alcançar relevância, as Forças Armadas poderão
ser chamadas a intervir, inclusive em defesa do Estado e das instituições. Elas
serão a última trincheira defensiva desta temível e indesejável “ida para o
brejo”. Não é apologia ou invencionice. Por isso, repito: alertar é preciso””. Em 06 de dezembro
2017 no artigo Pesos e contrapesos novamente
faz apontamentos em defesa de uma intervenção destacando o crescimento de
adeptos da adoção de uma intervenção militar diante do que ele destaca graves
crises frutos de governos corruptos e incompetentes destacando que “não
chegamos a um nível democrático que nos dê esse equilíbrio”. Considerando uma provável
internação militar quase que um ato profético.
O pensamento delineado pelo ex-general
contra a Comissão Nacional da Verdade não representa um pensamento particular e
desconexo, pelo contrário constitui uma lógica compartilhada por outros
representantes militares ao ponto que vários representantes dos mais altos
escalões do exército lançaram um manifesto contrário a comissão que pode ser
visto na integra no jornal O Estado de S. Paulo em 26 de setembro de 2014.
Neste manifesto deixam claro que a Comissão Nacional da Verdade se trata de um órgão
depreciativo das Forças Armadas e fecha com a seguinte afirmativa “Nós sempre
externaremos a nossa convicção de que salvamos o Brasil! ”. Para estes militares
é claro o seu papel quanto sua atuação no período referenciado: o de salvadores
da pátria. E negam insistentemente qualquer pedido de desculpas das forças
armadas ao período da ditadura. Rômulo Bini Pereira, inclusive crítica no
artigo "Nova história", jornal Folha de São Paulo publicado em 24 de
março de 2014, o editorial do jornal O
Globo que reconhecia que foi um equívoco apoiar a ditadura: “A consciência
não é de hoje, vem de discussões internas de anos, em que as Organizações Globo
concluíram que, à luz da História, o apoio se constituiu um equívoco”.
Daniel Aarão Reis (REIS, 2010) faz as
seguintes provocações “até que ponto o exercício da memória não passa de
autoflagelação? Não seria melhor e mais saudável cultivar a paz das
consciências? E olhar para a frente, deixando o passado sossegado, e as
feridas, cicatrizando? ” Em 2004, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva
em mensagem relativa aos 40 anos do golpe militar considerou o golpe militar de
1964 um "episódio histórico encerrado". Vejamos um trecho “ Devemos
olhar para 1964 como um episódio histórico encerrado. O povo brasileiro soube
superar o autoritarismo e restabelecer a democracia no país. A nós corresponde
lutar diariamente para consolidar e aperfeiçoar essa democracia reconquistada.
Cabe agora aos historiadores fixar a justa memória dos acontecimentos e
personagens daquele período. ” (Discurso do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva em 31/03/2004). É claro neste discurso a adoção de uma política de
apaziguamento. O que está em jogo é a dimensão política da memória. Qualquer um
que tente esboçar uma justa memória, algo que pressupõe uma história verdadeira
de um fato é, no mínimo perigoso e controverso. Este discurso de apaziguamento
é problematizado no texto do Vladimir Safatle que chama atenção para o que
aponta como “falsa versão” de que o Brasil seria um país de reconciliação
fácil. Esse processo de rememoração e de transição política gerou traumas na
sociedade brasileira o que desqualifica a política de apaziguamento destacada
no qual vários teóricos já se debruçaram sobre este processo no Brasil e seus desdobramentos.
Estás são falas que caminham em sentido
contrário e estabelecem discursos opostos sobre o mesmo período que deverá ser
identificado pelos alunos para que estes estabeleçam conexões com este período
da história recente compreendendo as continuidade e rupturas na atual
democracia. As análises destes discursos buscam promover reflexões sobre as
disputas pelas memórias e as relações entre o vivido e o narrado no âmbito do
ensino de história compreendendo melhor este período da história brasileira e
suas ressonâncias na posteridade. Para que os objetivos da prática docentes
sejam cumpridos parto do pressuposto que o trabalho do professor de história e
historiador é problematizar circunstâncias que, embora polêmicas torna-se
necessário ao exercício de reflexão, em torno da memória do período ditatorial
na memória da sociedade dos brasileiros.
REFERÊNCIAS:
Lucas Rafael Santos Costa é professor da Rede Estadual de
Educação do Piauí (SEDUC-PI), e mestrando em História do Brasil pelo Programa
de Pós-graduação em História do Brasil da UFPI (PPGHB).
A eterna transição.
CartaCapital. São Paulo. 20 de dez de
2017. Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/politica/a-eterna-transicao-7263.html<.
Acesso em 10 de jan de 2019.
ALERTAR é preciso!
(2) O Estado de S.Paulo. São Paulo: 15
Dez. de 2016. Disponível em: < http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,alertar-e-preciso-2,10000094619>
Acesso em 12 de jan de 2019.
ALERTAR é preciso! O Estado de S.Paulo. São Paulo: 08 Nov.
de 2015. Disponível em: http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,alertar-e-preciso,10000001414
>. Acesso em 10 de jan de 2019.
APOIO editorial ao
golpe de 64 foi um erro. O Globo. São
Paulo: 31 de agosto de 2013. Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/apoio-editorial-ao-golpe-de-64-foi-um-erro-9771604
>. Acesso em 12 de jan de 2019.
LULA diz que golpe
militar de 64 é um episódio histórico encerrado. Agência Brasil: Empresa Brasil de Comunicação. São Paulo: 31 de
març de 2004. Disponível em:< http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2004-03-31/lula-diz-que-golpe-militar-de-64-e-um-episodio-historico-encerrado>
acesso em 12 de jan de 2019.
NOVA história. Folha de São Paulo. São Paulo. 24 de
març. de 2014. Disponível em: < http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/03/1429769-romulo-bini-pereira-nova-historia.shtml?loggedpaywall
<. Acesso em 10 de jan de 2019.
POLLACK, Michael.
Memória, esquecimento, silêncio. Estudos
Históricos, RJ, v.02, n.03, 1989, p. 3-15.
REIS, Aarão Daniel. Ditadura militar, esquerdas e sociedade.
Rio de Janeiro: Zahar, 2000.
ROLLEMBERG, Denise; QUADRAT,
Samantha Viz (orgs). A construção social
dos regimes autoritários. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2010. 3v.
Olá Lucas, em seu texto você problematiza a partir do pensamento de (REIS, 2010) à ideia de uma 'pacificação' da memória nacional, pergunto: Não existe o perigo de uma relativização significativa da nossa história e de serias implicações morais, como você vê isso? Abraços
ResponderExcluirBoa tarde, Everton
ResponderExcluirUma pergunta bem provocativa.
Sua provocação vai de encontro ao que destaco no texto. A busca por uma tentativa de enquadramento da história, da memória e/ou de um passado problemático com o intuído de gerar uma perspectiva de apaziguamento é tentadora e seduzem-te. Esse canto da sereia encantou, inclusive, pessoas como o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva como é evidenciado em seu discurso, no entanto, essa perspectiva da narrativa história de enquadramento como alego no texto é, no mínimo perigoso e controversa. Desse modo, concordo com você, a medida que acentua o perigo de uma relativização do passado histórico. Nesse sentido, o manuseio artificial desse passado pode trazer implicações negativas ao presente e futuro.
Portanto, cabe ao historiador problematizar essas narrativas e nuances da história sem relativizações ou artificialidades.
Lucas Rafael Santos Costa