João Pedro Pereira Rocha


LITERATURA E POSSIBILIDADES PARA O ENSINO DE HISTÓRIA


Introdução
A última década do século XX foi marcada por acontecimentos significativos para o histórico das disciplinas escolares. No caso particular da disciplina história, além da reconquista da autonomia plena, desvencilhando-se de ciências sociais, as mudanças aconteceram em algumas direções, com destaque para o currículo, a formação de professores, conteúdos e métodos a serem empregados em sala de aula. Assim, as reflexões em torno da importância, ou do espaço, do conhecimento histórico, na formação para o exercício da cidadania iniciava-se e seriam reforçadas no início do século XXI, quando, por exemplo, é regulamentada a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, na Educação Básica. Visivelmente o horizonte sobre o ensino de história se ampliará desde a última década do século XX, e até o presente nos incita a pensa/repensar, entre outras, métodos e práticas em sala de aula. Nesse contexto, podemos refletir sobre um tipo de fonte, em particular, que fazer parte do processo de ensino aprendizagem em história, a literatura.
No contexto de ensinar e aprender História, nossa reflexão consiste em pensar alguns pontos em relação a esse processo, e que levam em consideração os usos da Literatura como ferramenta de trabalho. A proposta tem como objetivo analisar o espaço que determinadas obras podem ocupar no ensino de história, sobretudo mediante possibilidades de pensar o tempo presentes e suas problemáticas. Ao fim da discussão, esperamos ter levado professores, estudantes e pesquisadores a pensar o valor das fontes literárias, algumas de suas contribuições e seus limites para a sala de aula.
De modo didático, o estudo articula-se em dois momentos e que formam o desenvolvimento do texto. No primeiro fazemos um esforço em reunir algumas ideias, acerca da relação Literatura e Ensino de História, que entendemos como úteis ao nosso empreendimento. Ideias e pesquisas no campo do Ensino de História serão apresentadas como forma de expor os apontamentos que estudiosos têm feito em relação à presença da literatura nas aulas de história. Em seguida, tratamos de verificar algumas possibilidades didáticas para o ensino de história quando do uso de duas obras de perfil histórico e que compõem a Literatura Brasileira, são elas: “O Mulato” [1881] e “O Cortiço” [1895], do escritor brasileiro Aluísio Azevedo. Visando colocar em destaque um aspecto das obras, e que podem servir aos interesses do processo de ensino aprendizagem em história, nos detemos, aqui, sobre a relação entre obra e tempo. 

Literatura no Ensino da História
A presença da literatura no ensino da História não é algo recente e, atualmente, encontra-se presente em sala de aula, seja de forma direta, quando o professor faz uso de textos literários em alguma atividade, seja de forma indireta, nos livros didáticos, quase sempre em recorte de trechos específicos como complemento dos conteúdos previstos. Como produção artística, a literatura carrega consigo elementos inerentes à criatividade, a imaginação, a concentração, a interpretação, entre outros, e que são importantes no processo de apreensão do conhecimento histórico. Pesquisadores têm buscado registrar as contribuições para o ensino de história quando do uso da literatura como ferramenta no processo de ensino aprendizagem.
Por se tratar de uma criação artística a literatura, em sua aproximação com o ensino de história, tem levado pesquisadores a chamar atenção para duas de suas características fundamentais: ser uma ficção e por sua diversidade de manifestação (romances, contos, crônicas, poemas). No primeiro caso, que identifica a natureza artística da literatura, Selva Guimarães Fonseca destaca as diferenças entre a narrativa histórica e a literária [2003, p. 165], que se distanciavam na relação com os fatos, a primeira ocupada em aproximar-se da verdade e a segunda sem pretensão de tal ato. Já Circe Bittencourt sugere que a diversidade de formas para manifestar-se permite a literatura ser uma facilitadora em trabalhos de caráter interdisciplinar [2011, p. 339].
Para a sala de aula, as pesquisas também apontam para os pressupostos necessários ao uso da literatura na disciplina história. Assim, e indo além da distinção entre as narrativas e das formas de manifestação da arte literária, é interessante haver uma preparação profissional acerca dos indícios teóricos que podem auxiliar no trabalho com as fontes literárias. Nesse sentido, por exemplo, pesquisadores têm evidenciado o papel do desenvolvimento observado no campo historiográfico e que podem ser úteis para o ensino de história. Assim:

“As considerações de Edward P. Thompson e Raymond Williams são relevantes para a compreensão das condições sociais da obra literária como produto cultural. [...] Assim, o conceito “experiência social” historicamente vivida (THOMPSON, 1987 e 2002) ajuda a entender como o texto literário pode comportar o testemunho de vida, comportamentos, valores, percepções sobre o lazer, angústias, embates cotidianos, relações de poder, ideais de luta, táticas de inserção pública, social e política. De igual modo, estas “vivências pessoais” inseridas na história e constantes na obra literária demandam uma análise da “estrutura de sentimentos” (WILLIAMS, 1990). Ou seja, mediante a experiência dos autores (sujeitos sociais), no limite entre a ficção e a realidade, deve-se entender como se estruturaram os desejos reais e as possibilidades imaginadas por estes produtores culturais feitos agentes históricos, no campo das suas inquietações sociais, ora metaforizadas, omitidas ou denunciadas.” [in Sampaio, et al, 2015, p. 275-276]

As ferramentas teóricas seriam, assim, os meios por meio dos quais professores poderiam recorrer para explorar os textos literários de forma profunda e de modo a construir momentos propícios para o estudo do passado em sala de aula. Como historiador, o professor vale-se dessas orientações para fundamentar sua práxis e para melhor planejar suas atividades, uma vez que é a teoria o suporte que justificará e apontará os caminhos de interpretação social das obras, por exemplo. É na reflexão sobre os pressupostos teóricos de uma análise sobre a literatura que o professor poderá encontrar o melhor caminho para uma clientela diversificada, social, cultural e economicamente. Assim, e a partir do perfil do estudante é possível pensar algumas estratégias possíveis ao processo de ensino aprendizagem e que podem levar em consideração a figura do autor/escritor como agente social posicionado do tempo. Como apontam os autores, a análise sobre o autor levará em consideração sua figura social, um agente da história, e a obra é ferramenta que nos coloca em contato com seus objetivos e pensamentos.
Uma vez decidido utilizar a literatura como ferramenta no processo de ensino aprendizagem, é necessário identificar qual gênero literário irá atender aos objetivos. Nesse contexto, o romance pode surgir no horizonte de professores de história, uma vez que são obras responsáveis por consagrar a literatura entre as artes nas sociedades. Tomado como opção útil, os romances podem ser pensados a partir classificações temporais, obras antigas, medievais, modernas e contemporâneas algo que nos leva a pensar o caráter histórico das obras. Como romances históricos, ou de época, determinadas obras podem ser pensadas/refletidas a partir da perspectiva que considera o autor como agente social, compartilhando valores e ideologias de seu tempo. Essa situação pode ser pensada a partir da observação de dois clássicos da Literatura Brasileira, “O mulato” e “O cortiço”, ambos do escritor Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo.

Caminhos metodológicos possíveis: o Brasil oitocentista em sala de aula
O valor de um romance histórico para o ensino de história caminha no sentido tal como os demais documentos de época: oferecer ao estudante um vestígio do passado e por meio do qual, ele poderá construir interpretações acerca de modos de vida distante no tempo. Como objetos de seu tempo, esses objetos tendem a carregar consigo códigos temporais que dizem sobre sociedades passadas. Assim, e tendo em vista que nossa proposta de trabalho pensa os usos de obras históricas no ensino de história, coloquemos em destaque o valor social das obras já citadas. Sobre a relação autor-obra, é interessante fazermos um breve apontamento biográfico antes de adentrarmos nas características das obras e suas contribuições para o ensino de história. 
A biografia de Aluísio Azevedo [1857-1913] destaca sua importância frente ao desenvolvimento da Literatura Nacional no século XIX, sobretudo por ser apontado como fundador do naturalismo no Brasil. Influenciado pelo estilo naturalista francês de denuncia social, suas obras romperam com o romantismo, explorando outros espaços, outras narrativas, outras realidades, outros sujeitos, outras representações. Em sua jornada como escritor “O Mulato” inaugura sua campanha naturalista, causa repercussão principalmente por criticar laços que arregimentavam a sociedade maranhense tradicional e escravista da época. O romance reúne aspectos sociais, a exemplo do preconceito, que era camuflado por ações diretas de instituições tradicionais, a exemplo da Igreja e que esteve representada no personagem do cônego Diogo.
A postura frente a problemáticas, fundamentalmente, sociais permitiu a Aluísio Azevedo estabelecer-se como importante escritor a partir da publicação de “O Cortiço”. O cenário da obra é a capital, Rio de Janeiro, o Império em seus últimos anos apresenta-se na diversidade de personagens: trabalhadores simples, imigrantes, negros, prostitutas, homossexuais, mas o personagem principal da obra é o conjunto de casebres que formam um cenário de degradação humana, o cortiço.
“Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas uma infinidade de portas e janelas alinhadas. [...] As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças ou as saias; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas. [...] Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulhavam os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra.” [in Azevedo, 1996, p. 38-39]
O enredo ficcional envolve tramas, desejos, intrigas, conflitos e sentimentos que caracterizaram, na ficção, o cotidiano das zonas marginais da capital federal. O cotidiano do povo, das classes desfavorecidas ganha representatividade nas linhas de Aluísio Azevedo. Assim, a obra enquanto produto histórico representa a configuração política e social de pessoas simples, comuns, e que podem facilmente ser marginalizados no processo de ensino aprendizagem em história tendo em vista práticas de ensino ainda tradicional e as limitações de materiais didáticos.
Na trajetória do escritor Aluísio de Azevedo, “O mulato” e “O cortiço” são obras distantes em relação ao ano de produção, 1881 e 1895, quatorze anos, mas que mantiveram proximidade com a escola naturalista e o empenho na crítica à sociedade brasileira da época. Uma das possibilidades para pensar a presença dessas obras em sala de aula é colocar em destaque conceitos que se identificam com o objetivo do autor ao “capturar” aspectos da realidade social. Nesse sentido, podemos destacar os conceitos de racismo e cidadania, entendidos como veículos por meio dos quais é possível perceber a relação autor-obra-contexto. Para a sala de aula esses conceitos podem apontar para a reflexão acerca de questões temáticas, a exemplo da “Formação política e social do Brasil no século XIX”.
Como vemos, a perspectiva temática aparece no horizonte do processo de ensino aprendizagem como possibilidades didáticas para os usos dos romances de Aluísio de Azevedo em sala de aula. É importante sublinhar que, “Ensinar a partir da abordagem da História Temática significa principalmente pensar o ensino de História como decorrência das urgências do presente” [in Pereira; Graebin, 2010, p. 174]. Dessa forma, os conceitos de racismo e cidadania podem ser pensados no sentido de promover debates, discussões e reflexões em torno da formação histórica da sociedade brasileira. Nesse sentido, é possível uma abordagem que sublinha o contexto das obras.
Localizadas no século XIX da História do Brasil, “O mulato” e “O cortiço” são representativas desse tempo e dialogam de forma próxima com os acontecimentos registrados à época. Independência [1822] e Abolição da Escravidão [1888] e Fundação da República [1889] são três acontecimentos que situam a escala macro da conjuntura política e social brasileira no período oitocentista e encontram nos romances espelhos de representação. Para a sala de aula, essa questão poderá ser traduzida em questionamentos, interrogações com vistas a introdução de um determinado conteúdo, por exemplo. Qual o espaço do negro na sociedade brasileira no pré e pós-abolição e a relação dessa situação com a existência do racismo no Brasil, ontem e hoje? Qual a configuração da cidadania na pós-independência? Perguntas que podem ser para introdução de conteúdos ligados à História Nacional no século XIX.
Para responder essas questões, e uma vez que um ensino temático permite um diálogo com o tempo presente, as abordagens podem ocorrer no sentido de pensar, historicamente, os termos racismo e cidadania. Isso permite refletir acerca de suas construção histórica nas sociedades e as particularidades em relação a formação da sociedade brasileira. Nesse sentido, as discussões em sala de aula podem partir da construção coletiva do preconceito racial, fruto de um longo processo de escravização do negro e que se instalou na História do Brasil por quase quatro séculos de escravidão. A crítica feita por Aluísio de Azevedo expõe com objetividade a perspectiva coletiva de não aceitação do negro em determinados espaços de referencial. A história que se passa em torno do personagem Raimundo, filho de escrava com português, é uma denúncia acerca do comportamento de duas instituições fundamentais na construção da sociedade brasileira na época: a família e a igreja.
Indo além dos espaços privados, o autor coloca o espaço público como lugar de negação para os “homens de cor”, termo usado pelo autor e que carece de uma reflexão em sala de aula, uma vez que fala sobre a identidade socialmente compartilhada de determinadas pessoas. Assim, a exposição do preconceito racial, e de forma tão nítida, abre espaço para atividades que podem pensar pontes de conexões entre o racismo, ontem e hoje, sobretudo no que tange a sua manifestação nos espaços públicos.
Na esfera política da História Nacional, os conteúdos designados para a disciplina história encontram na Fundação da República Brasileira referência para discussões que, entre outras, perpassam sobre a perspectiva de cidadania, no contexto da recém-criada nação. Tal como é possível discutir o espaço do negro no período, é possibilidade fazer esse exercício reflexivo em relação aos demais integrantes da jovem República. Por meio do romance “O cortiço” essa abordagem pode seguir a análise da sociedade brasileira em fins do século XIX e de modo a assinalar os espaços de pobres, negros e mulheres. A crítica social contida no romance auxilia em atividades nesse sentido, uma vez que o autor se preocupou em “capturar” o cotidiano de sujeitos integrantes desses grupos e que vivenciaram uma realidade histórica específica. O enredo é ficcional, mas suas raízes são sociais e historicamente comprovadas. Sobre esse aspecto, é interessante lembrar a biografia do autor:
“Para Aluísio, como para Zola, a influência do meio, no sentido amplo, era determinante. Os personagens de seus romances não podiam ser levados em conta individualmente, mas sim em conjunto, mesmo se fossem levados a adquirir, através de sua significação, um valor de símbolo.” [in Mérian, 1988, p. 555]
O aspecto da coletividade na conformação da personalidade e ação dos personagens é algo que pode ser explorado no sentido de fomentar discussões sobre exploração do trabalho e sua relação com a condição racial, por exemplo. Ao longo do romance, dualidades emergem por meio dos personagens: João Romão x Bertoleza, Rita Baiana x Piedade, Jerônimo x Firmino, são alguns exemplos. O conflito criado pelo autor representa o modo como acorriam as relações sociais no Brasil de fins do século XIX, e pós-Independência da antiga colônia. No caso particular de João Romão e Bertoleza a questão diferencia-se por se tratar da relação entre português e escravo, que, ao fim da história mostra-se pouco harmoniosa e igualitária.
Pensar a relação entre dois personagens como proposta para o ensino de história é um dos recortes que podem ser feitos, uma vez que esse caminho também nos leva a refletir sobre a importância da obra como produto histórico. João Romão tem sua história de vida narrada, e parte significativa dela é construída junto à Bertoleza. O que pode ser destacado em sala de aula é a relação de exploração do personagem João Romão que usa de artimanha para enganar Bertoleza em provimento de seu enriquecimento. Assim, é possível criar situações por meio das quais seja possível pensar a relação da acumulação de riqueza com a exploração do trabalho e/ou práticas irregulares do ponto de vista do respeito à dignidade humana. A morte de Bertoleza também é aditivo interessante, uma vez que o autor expõe as barreiras étnico-raciais como agente modelador das relações sociais no Brasil da época, ponto que aproxima a obra de “O mulato”.
Sendo objeto de interesse para o processo de ensino aprendizagem, os romances “O mulato” e “O cortiço” devem ser utilizados com o devido cuidado. Levando em consideração sua natureza documental, “é necessário respeitar os limites próprios do discurso, e, ao mesmo tempo, não confundir história com ficção e aventura, ao tentar tornar seu ensino mais prazeroso” [GUIMARÃES, 2003, p. 166]. Nesse contexto, cabe ressaltar a importância de fazer uso de outras fontes e/ou recursos como forma de solidificar/reforçar a crítica social presente nas obras indicadas.

Considerações Finais
Ao fim dessa breve discussão, esperamos ter contribuído em algum grau com propostas que pensam as possibilidades didático-metodológicas advindas da relação entre literatura e ensino de história. Não foi nossa intenção criar um roteiro para o trabalho docente, mas, e sim, chamar atenção para os caminhos possíveis quando professores tencionam trabalhar obras clássicas em sala de aula.
Os clássicos da literatura são, notadamente, reconhecidos por seus valores culturais e por sua capacidade em contribuir positivamente no modo como o leitor observa o mundo e se reconhece nele. Dentre as substâncias que tornam esse tipo de arte referência, encontra-se a capacidade do autor em observar e representar, no espaço e especificidade de sua produção, o seu tempo, com seus dilemas e conflitos. Para o ensino de história, essa característica significa a oportunidade de criar, em sala de aula, as conexões necessárias para o estudante perceber a forte relação entre presente e passado e como este auxilia em uma melhor compreensão de problemáticas da atualidade.

Referências Bibliográficas
João Pedro Pereira Rocha é Pós-Graduando em História, Mestrado Profissional. Universidade federal de Goiás, UFG, Regional Catalão. Bolsista na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG). Orientador(a): Dra. Regma Maria dos Santos.

AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. São Paulo: Ática, 1996.
AZEVEDO, Aluísio. O mulato. São Paulo: Klick Editora, 1984.
BITTENCOURT, C. M. Ensino de História: fundamentos e métodos. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
GUIMARÃES, Selva. Didática e prática de ensino de história. Campinas, SP: Papirus, 2003.
MÉRIAN, Jean-Yves. Aluísio de Azevedo: vida e obra (1857-1913). Rio de Janeiro: Espaço e Tempo Banco Sudameris; Brasília: INL, 1988.
PEREIRA, Nilton M.; GRAEBIN, Cleusa M. G. Abordagem temática no ensino da história. In: BARROSO, V. L. M. et al (orgs.). Ensino de História: desafios contemporâneos. Por Alegre: EST: EXCLAMAÇÃO: ANPUH/RS, 2010, 169-181.
SAMPAIO, A. R. et al. Literatura e Ensino de História. In: MAGALHÃES JUNIOR, A. G.; ARAÚJO, F. M. L (org.). Ensino & linguagens da história. Fortaleza: EdUECE, 2015, p. 267-301.

10 comentários:

  1. Boa tarde, gostaria de primeiramente parabenizar pelo interessante trabalho. A minha indagação é sobre os cuidados que devemos ter ao trabalharmos com fontes literárias em sala de aula.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Raynara, obrigado pelo elogio. Sobre sua pergunta, alguns cuidados são importantes e devem sempre serem lembrados. Gostaria de destacar três, que considero relevante: 1) a necessidade de trabalhar a literatura em conjunto com outra(s) linguagem(s), uma forma de solidificar a mensagem que o professor pretender passar; 2) o professor usar a literatura de forma a respeitar o "ritmo" da turma, pois nem sempre é possível requerer dos alunos a leitura de uma dada obra em sua integralidade, assim, admite-se o trabalho com recortes de uma obra, a vida do autor ou de um personagem; 3) que haja um cuidado com a narrativa literária, com a ficção, de modo a evitar uma sedução de presença de verdade que o escrito pode representar, e é importante que o professor exponha esse cuidado metodológico para os estudantes, fazendo eles perceberem que a literatura é apenas uma fonte como as demais, uma possibilidade para interpretação do passado. Espero ter contribuído. Abraços

      Excluir
  2. Buenas João Pedro! Que tipo de literatura (romance, realismo...) você considera mais apropriado para o trabalho em história? Você considera algum mais apropriado que outro?
    Anderson Romario Pereira Corrêa

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Anderson. Acredito que muitos tipos de literatura podem ser úteis ao trabalho com História em sala de aula. Eu particularmente gosto de literatura de época ou, a depender do perfil dos estudantes, fazer uso de poesias. O melhor tipo só pode ser indicado pelo professor e em observação à sua realidade profissional, ao perfil dos estudantes, entre outros fatores que influenciam na escolha das ferramentas de trabalho.

      Excluir
  3. Olá João Pedro! Li atenciosamente o seu trabalho. Gostaria de elaborar alguns comentários no sentido de ajudá-lo. Utilize o que achar conveniente.
    1- Reveja a frase:"A última década do século XX foi marcada por acontecimentos significativos para o histórico das disciplinas escolares". Eu escreveria da seguinte forma: "A última década foi marcada por acontecimentos significativos para disciplinas escolares".

    2- Releia a frase: Visivelmente o horizonte sobre o ensino de história se ampliará desde a última década do século XX, e até o presente nos incita a pensa/repensar. ( se ampliou/ pensar e repensar) evite a barrinha.
    3- Buscar outros verbos em sua escrita. HÁ excesso do verbo pensar em seu texto...principalmente na introdução.
    4- No tópico literatura e ensino de história senti falta de embasamento na perspectiva de demostrar distanciamentos e aproximações da utilização da obra literária no ensino de história. Sugiro você ler Antônio Cândido.
    5- Quem afirmou que o objetivo de Aluísio de Azevedo foi "capturar" aspectos da realidade social? Que tal trazer autores pra dar credibilidade a sua afirmação?

    6- Parabéns pelo esforço e dedicação no texto. Excelente temática. Gostei de ler seu texto e revisitar Aloísio de Azevedo.

    Luciano de Oliveira

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Luciano. Gostei de suas sugestões. Os verbos é uma falha de escrita a ser corrigida, obrigado. A correção também será útil no rearranjo do texto. O "capturar" veio de um biógrafo do Aluísio (Jean-Yves Mérian, 1988), mas poderiam ser "representar". Obrigado pela indicação do Cândido, um ótimo autor. Suas considerações são muito válidas, obrigado.

      Excluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. Boa noite João Pedro!

    Parabenizo pela excelente abordagem sobre História e Literatura, sou graduado em Letras e atuo na parte literária, fico imensamente feliz quando me debruço sobre um texto rico como o seu e que de forma sábia correlaciona literatura com outra área do conhecimento como é este o caso, li o seu texto atentamente e desejo saber quais as formas mais apropriadas para correlacionar estas duas áreas, no campo estético ou crítico, levando em consideração primordial o histórico do autor ou da obra?

    Bruno Cena Macedo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Bruno
      Fico feliz que tenha gostado de minha proposta.Como historiador gosto bastante de proposições que levem em consideração autor e obra, junto ou em estratégias separadas, a depender do objetivo da aula. Independente, as possibilidades são variadas e a literatura como arte complexa tem muito a contribuir com disciplinas escolares, como a história.

      Excluir
  6. Parabéns pelo seu artigo!
    Acredito ser muito boa essa interaçao entre História e Literatura, alguns temas são mais fáceis para encaixar um texto litarário, mas outros não. O que você poderia me indicar de literatura medieval para trabalhar com os alunos em sala de aula?
    Desde já agradeço.
    Morgana Lourenço Rosa.

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.