OS LIVROS DE LEITURA PARA O ENSINO DE HISTÓRIA DA INGLATERRA ENTRE 1870 E 1901
Apresentamos neste artigo uma investigação inicial sobre o uso do livro de leitura na Inglaterra. O objeto de estudo será analisado através dos discursos que já foram estabelecidos por estudiosos ingleses. O marco temporal para o desenvolvimento deste trabalho compreenderá o ano de 1870 a 1901, que abarca o momento em que há a afirmação da educação compulsória através do Education Act de 1870 e o momento em que o ensino de história torna-se legal no currículo da escola elementar. Este artigo, por sua vez, faz parte do projeto que visa trabalhar com a História do Ensino de História, por meio da linha de pesquisa do Grupo de pesquisa sobre Ensino de História (GPEH/UFS).
Ao traçar o uso deste livro didático na Inglaterra será necessário lidar inicialmente com o conceito de livro de leitura. Feito isto, pretendemos entender, através das fontes, a finalidade dos livros de leitura e os conteúdos substantivos que geralmente são tratados nos livros de leitura.
As fontes, por sua vez, possuem uma grande importância como ferramenta no desenvolvimento de estudos. Com elas o estudo tem maior autenticidade na sua reconstrução. Logo, elas devem ser colhidas, selecionadas e estudadas para assim contextualizar com o estudo em pauta, conforme Lopes e Galvão (2001, p.77). Para tanto, nesta pesquisa foram utilizadas como fontes os discursos presentes nas obras que tratam sobre o objeto de estudo, e que nortearam o desenvolvimento da pesquisa.
Logo, este artigo se tornou possível através das leituras que foram realizadas, dentre elas: ‘Citizenship, nation, empire: The politics of history teaching in England, 1870-1930’ (2015) de Peter Yandle, ‘The Right Kind of History: Teaching the past in twentieth-century England’ (2011) de David Cannadine, Jenny Keating e Nicola Sheldon e o artigo ‘”Let us remember that we, too, are English”: Constructions of Citizenship and National Identity in English Elementary School Reading Books, 1880-1914’ (1995) de Stephen Heathorn. Nas obras citadas pode-se também identificar as características do desenvolvimento do Ensino de História na Inglaterra durante o Século XIX.
Quanto ao quadro teórico utilizado neste artigo, buscamos compreender o conceito de livro de leitura conforme foi apresentado por Bittencourt (2008) e por Galvão (2009), bem como fazer um contraponto entre os conceitos concebidos na primeira parte deste texto. No tocante ao termo conteúdo substantivo, toma-se por base a definição proposta por Freitas (2010), ou seja, as terminologias didáticas que se dão aos acontecimentos. Conforme o autor:
“Se mesclarmos a nomenclatura utilizada por Hilary Cooper (2002) e Peter Lee (2005), veremos que essas duas ordens de conceitos históricos são chamados, respectivamente, de conceitos substantivos – termos que medeiam a compreensão do mundo no tempo [...].” (FREITAS, 2010, P. 197).
Desde já, clarificamos que a pesquisa em sua totalidade encontra-se em seus passos iniciais, e por este motivo as informações que constam no desenvolvimento deste artigo são parciais, mas que constituem parte imprescindível para o andamento da pesquisa.
Esta totalidade que iremos desenvolver faz parte do projeto em que tem por objetivo geral comparar duas realidades opostas, o Brasil e a Inglaterra, na segunda metade do século XIX. Para tanto, serão investigadas as teorias pedagógicas supostamente presentes nos livros de leitura; os conteúdos substantivos, ao qual se pretende catalogar a partir dos livros de leituras previamente selecionados que serão utilizados como fontes; e a possível construção de identidade nacional a partir dos livros de leitura.
Na primeira parte deste artigo trataremos do conceito de livro de leitura, atribuído por autores brasileiros, e como o livro de leitura é visto por autores que nos baseamos para dialogar durante o artigo. Pretendemos também discutir sobre para quem eram destinados os livros de leitura e com qual finalidade. Na segunda parte correlacionaremos o livro de leitura com o Ensino de História na Inglaterra e a sua importância no processo de tornar a História legal no currículo das escolas elementares inglesas, como também apresentaremos os conteúdos substantivos que foram perceptíveis nas leituras de obras que tratam sobre o livro de leitura.
O que era o livro de leitura?
Durante a primeira metade do século XIX no Brasil, a produção de instrumentos didáticos era muito escassa. Mas foi a partir da aplicação de novos métodos que, então, notou-se a necessidade de novos e mais adequados instrumentos didáticos. Então, antes dos livros didáticos serem produzidos e se tornarem importantes para o ensino, em um primeiro momento, como manual do professor e em um segundo momento como instrumento direcionado para o aluno, a falta de recursos didáticos levou ao uso de outros materiais, como nos exemplifica Galvão e Batista (2009):
“Até meados do século XIX, os livros destinados explicitamente ao ensino da leitura praticamente inexistiam nas escolas. Várias fontes, como relatos de viajantes, autobiografias e romances indicam que textos manuscritos, como documentos de cartório e cartas, serviam de base ao ensino e à prática da leitura corrente.” (BATISTA; GALVÃO, 2009, P. 76)
Com o desenvolvimento de novos instrumentos, em meados do século XIX no Brasil, tem-se o exemplo dos livros didáticos. Esses, inicialmente, foram produzidos através da tradução da produção estrangeira (Ex.: França, Itália e Inglaterra), mas que através de uma revolução de ideias que ocorreu no Brasil na segunda metade do século XIX, ainda no Brasil Império, posicionadas pelos liberais, passou-se a produzir livros didáticos inteiramente brasileiros, ou seja, escritos pelos educadores brasileiros e para o povo brasileiro.
Com a busca por inovações didáticas, perante a necessidade que surgiu através das inovações das metodologias pedagógicas, produzem-se os livros de leitura já na segunda metade do século XIX. Esses eram, então, um instrumento de alfabetização e de formação de visão de mundo, como informa Rebeca Gontijo, no capítulo dois presente no livro ‘A história na Escola: autores, livros e leituras’ (2009):
“No fim do século XIX e início do XX, a expressão livro de leitura servia para designar as obras destinadas ao aprendizado da língua nacional e à aquisição de conhecimentos e regras de moral considerados úteis à socialização do indivíduo. Fundamentalmente, o livro de leitura dá ênfase à transmissão de valores, ideias e concepções de mundo. Sua leitura deve ser, sobretudo, prazerosa, de modo a despertar na criança o gosto pelo ato de ler.” (GONTIJO, 2009, P. 50)
Através da breve introdução sobre o livro de leitura no Brasil é perceptível que os livros eram voltados para o ensino da língua nacional e da transmissão de valores. A conceituação do livro de leitura, no entanto, segundo Bittencourt (2008, P. 43), é de difícil conceituação e embasando-se em Arroyo (1968) aborda que a separação dos livros para diversão e o livro para estudo não é fácil de distinguir.
Já com Galvão (2009) o livro de leitura é “identificado como aquele sobre o qual se apoiava a própria atividade de leitura que ocorria na escola, seja para aprender a ler ou exercitar as habilidades de leitura que ocorria na escola [...]” (GALVÃO, 2009, p. 107).
De acordo com o estudo em andamento, a caracterização em que Galvão (2009) aborda é a que será levada adiante neste artigo, pois aqui buscaremos entender os livros de leitura que eram utilizados em escolas com fins próximos do que Galvão (2009) nos aponta. E ao definirmos o local da sua utilização, escola elementar inglesa, sabemos que o que será levantado durante o artigo são informações que estejam vinculadas aos livros de leitura à escola elementar com objetivo didático. Dito isto, temos como referência o conceito de livro de leitura que nos ajudará a entender o que era o livro de leitura na Inglaterra.
No período estudado, 1870 a 1901, o livro de leitura na Inglaterra era um instrumento didático elaborado com conteúdos voltados à alfabetização, ao qual pertenciam a uma coleção, e tais coleções poderiam chegar até em cinco ou sete volumes, e os conteúdos presentes em cada volume eram a cada ano mais avançados, acompanhado o crescimento das jovens crianças. Este mesmo estilo didático é encontrado no Brasil até a entrada do século XX, e como já citamos, voltados também à alfabetização das crianças.
Na totalidade da pesquisa iremos utilizar o terceiro volume da coleção que visava contar histórias históricas – stories historical. Assim, podemos constatar que estes livros de leitura buscavam tratar a história – history – a partir de histórias – stories – e não fatos secos, ou seja, fatos históricos que visam somente à memorização, como se faziam nos Textbooks – livros didáticos.
Além de visar à alfabetização, o propósito era principalmente que as crianças das classes trabalhadoras se espelhassem nessas histórias, como podemos ver em Heathorn (1995). O mesmo demonstra como que na escola elementar inglesa as crianças da classe trabalhadora – Lower Class –, era importante ensinar essas crianças a cidadania e a identidade Anglo-saxã.
Bem como é pontuado que entre 1870 e 1914 era importante ensinar para as crianças a cidadania como um todo, como uma sociedade unida, para que a criança reconhecesse a sua nação como todos iguais. Este fato nos aponta uma questão racial muito forte e presente nas leituras dos livros de leitura que ocorriam na escola elementar, assim como a ideia de orgulho disseminado por meio das leituras.
É de muita importância citar quando Heathorn (1995) nos mostra a diferença entre as upper-class e a lower class ou working-class:
“However, a critical difference was that while upper-class children were inculcated with the “imperial ethic” because they would one day form the governing and administrative class of the empire, working-class children were informed of their fortunate heritage in terms which pointed to their essential solidarity and harmony, if not equality, with the managers of the imperial project.” (HEATHORN, 1995, P. 408)
Portanto, constatamos que o livro de leitura na Inglaterra era um instrumento didático voltado para a alfabetização e quando voltado para a escola elementar inglesa o seu propósito, segundo Heathorn (1995), era modificado para ensinar somente as crianças da classe trabalhadora sobre o orgulho que devem ter da pátria, o reconhecimento dentro dela, sobre valores civis e morais, com o intuito de torná-los bons e obedientes cidadãos.
Livro de leitura para o Ensino de História na Inglaterra:
O Ensino de História passou por muitas transformações até chegar em 1901 e tornar-se legal no currículo da escola elementar, ou seja, tornar-se obrigatória através do Balfour Act de 1902, e este fato pode ser visto no livro de Cannadine, Keating e Sheldon (2011).
Uma das transformações mais importantes foi a supressão do payments by results em 1890 (CANNADINE, KEATING, SHELDON, 2011, P. 18), pois como o estudo histórico era somente decorar fatos cronologicamente e os alunos não conseguiam se sair bem nos exames aplicados por um supervisor, isto acarretava na desvalorização do saber histórico, como fica claro na seguinte citação:
“The Revised Code of 1862 not only introduced the compulsory teaching of the 3 'R's - reading, writing and arithmetic - but introduced a system of payments by result. Schools received payment for children passing exams in these and other subjects. The teaching of subject-specific history had been castigated before the Code, and continued to be criticised after its introduction.” (YANDLE, 2015, P. 22. Tradução nossa)
A situação citada acima perdurou por décadas, até o momento em que se passou a ver o Ensino de História com uma função atrelada aos interesses do Estado. Para tanto, a valorização do ensino de história na Inglaterra não foi uma particularidade, mas sim, foi uma “(…) part of a broader parttern across the western world.” (CANNADINE; KEATING; SHELDON, 2011, P. 19. Tradução nossa).
Entretanto, é importante ressaltar que a valorização do ensino de história ocorreu por diversos motivos ao se analisar a história do ensino de história de diferentes países. Como exemplo de comparação temos o Brasil, que a valorização do ensino de história, e até mesmo pode-se falar do uso do livro de leitura, ocorreu com o florescer da Primeira República, momento em que se pretendia criar um sentimento nacional, uma identidade nacional, como a criação de datas comemorativas, do hino, etc.. Percebemos, então, que havia a necessidade de criação de fatos históricos puramente nacionais.
Já na Inglaterra, como os mesmos autores informam, houve mudanças no contexto econômico e social, neste caso a Segunda Revolução Industrial, no qual se pensou ser necessário incutir “(…) a shared sense of national indentify, national loylaty, na national pride” (CANNADINE; KEATING; SHELDON, 2011, P. 19), ou seja, na Inglaterra buscava-se uma reafirmação de sua nacionalidade. O que se pode também relacionar com a ameaça a supremacia econômica britânica.
Então, a partir deste momento, o objetivo do ensino de história passou a ser, explicitamente, inculcar o enlightened views, grosso modo ‘visão iluminada’, como nomeia Peter Yandle (2015) em sua obra. Ainda de acordo com o autor, tal termo significa a visão de orgulho que se deve ter dos grandes homens do passado e dos seus legados, o que também se conecta com o que já foi apontado na primeira parte do artigo com Heathorn (1995).
Como já foi brevemente citado, para quem eram destinados os livros de leitura? Em um momento em que vigorava a educação em massa, onde os filhos de trabalhadores, aos poucos, teriam que frequentar a escola, isso através da Compulsory School (GOUVÊA, 2013, P. 288), os livros de leitura passaram a ser direcionados para estas crianças da escola elementar visando a alfabetização.
Além deste intuito citado, a produção do livro de leitura, mencionando somente os direcionados para o Ensino de História, buscava desenvolver o sentimento patriótico, cidadão com boas atitudes tanto na sua vida pública, quanto na sua vida privada. E em torno disto aprendiam a história do seu país sem a necessidade de memorização de fatos. Logo, o livro de leitura com conteúdo histórico era direcionado para crianças da escola elementar inglesa, com o intuito de alfabetizar, desenvolver sentimento patriótico, valor moral e cívico.
Agora quais os conteúdos substantivos que podemos citar? Nos livros de leitura produzidos para atender ao público da escola elementar, a abordagem geralmente são sobre heróis ingleses, os reis e suas histórias, sobre a própria Inglaterra e os Anglo-saxões. Como Yandle (2015) aponta, através destes livros sobre heróis seria possível disseminar aquilo que marca o Enlightened Patriotism “(...) values of fair play, courage, self-sacrifice, obedience, love of liberty and a devotion to Christianity.” (YANDLE, 2015, P.119).
A partir de 1880 foi disseminada a ideia da utilização dos heróis nos livros de leitura e os conteúdos substantivos mais tratados são Alfred, Harold, Eleonor of Castile, Drake, Philip Sidney e Nelson e Florence Nightingale. Todos estes são heróis tratados nos livros de leitura. Outros exemplos percebidos na literatura são: a História da Inglaterra, Anglo-saxões, expansão colonial, etc..
A partir desses conteúdos substantivos, percebemos a forte presença da história na construção dos livros. Os heróis citados têm em comum a coragem para proteger a nação, mesmo que isto custe à vida. Por exemplo, Eleonor deu a própria vida para salvar o seu marido, Edward I, permitindo que o mesmo continuasse sendo o rei.
E quanto aos conteúdos substantivos citados: História da Inglaterra, Anglo-saxões e expansão colonial, estes serviriam para instigar o orgulho da sua nação e dos seus ancestrais, por tudo o que fizeram pela pátria.
Portanto, neste breve levantamento vimos a importância dos livros de leitura voltados para o ensino da história e como os livros deveriam responder aos interesses do Estado formando cidadãos da working-class. Além disto, podemos perceber como os interesses em volta da alfabetização e da inculcação de valores auxiliou no processo de tornar a História legal no currículo das escolas elementares inglesas.
Conclusão:
Neste artigo percebemos que o Ensino de História na Inglaterra teve um desenvolvimento lento e foi prejudicado ainda mais pela forma em que foi proposta a organização escolar durante a segunda metade do século XIX, principalmente entre a década de 60 a 80, momento em que é extinto o payments by results, pois, até este momento, não pensavam na História como um veículo importante para formação das crianças.
Com as mudanças sociais e econômicas que o país presenciou, percebeu-se que os livros de leitura com conteúdo histórico não somente serviriam para alfabetizar, como também para poder inculcar valores morais, cívicos e patrióticos nas crianças da escola elementar, pois os livros de leituras foram instrumentos didáticos constituídos por histórias em que promoviam as ideias imperiais.
Aqui priorizamos os Reading books utilizados na escola elementar inglesa, que segundo Heathorn (1995), quando estes livros eram utilizados nestas escolas, o seu propósito de inculcar tais valores nestas crianças da classe trabalhadora era voltado para que as mesmas tivessem orgulho pátrio, e que se reconhecessem dentro dela, atuando como um bom cidadão com o que aprendeu sobre valores cívicos e morais, e que fossem obedientes.
De certa forma, esse objetivo pode ser visto como uma forma de manter a classe trabalhadora satisfeita com o seu papel na sociedade. Enquanto isso, nas Upper-class as crianças eram ensinadas de forma que quando adultas ocupassem cargos superiores. Aqui também apresentamos a importância do livro de leitura voltado para o ensino da história, que passou a cumprir os interesses do Estado em formar cidadãos da working-class.
Quanto as histórias presentes nestes livros, assim como vimos por meio dos conteúdos substantivos apresentados, foi importante para se conseguir atingir o objetivo. E o maior facilitador seriam as biografias de heróis, geralmente heróis militares, que inspirassem as crianças e as deixassem com vontade de ser como o herói apresentado na história, heróis que auxiliassem a sua pátria.
Para concluir, toda a discussão que apresentamos neste trabalho nos mostra que a valorização do ensino de história, que passou a ocorrer durante este período na Inglaterra, teve o livro de leitura como um grande aliado, o que auxiliou no processo de tornar a História legal no currículo das escolas elementares inglesas.
Referência:
Elizabeth de Souza Oliveira é aluna no mestrado em Educação da Universidade Federal de Sergipe orientada pelo Professor Dr. Itamar Freitas.
BATISTA, Antônio Augusto Gomes; DE OLIVEIRA GALVÃO, Ana Maria; KLINKE, Karina. Livros escolares de leitura: uma morfologia (1866-1956). Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro: ANPED, vol. 20, fascículo, p. 27 – 47. 2002.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Livro didático e saber escolar, 1810-1910. 2008, p. 239.
CANNADINE, David; KEATING, Jenny; SHELDON, Nicola. The Right Kind of History: Teaching the past in twentieth-century England. Basingstoke: Palgrave Macmillan, Vol. 16, 2011, p. 306.
FREITAS, Itamar. Fundamentos teórico-metodológicos para o ensino de História (anos iniciais). São Cristóvão: Editora UFS, 2010, p. 272.
GONTIJO, Rebeca. Coração: um diário, vários tempos e algumas histórias. In: REZNIK, Luís; DE SOUZA MAGALHÃES, Marcelo; ROCHA, Helenice Aparecida Bastos. A história na escola: autores, livros e leituras. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009, p. 49 – 65.
HEATHORN, Stephen. "Let us remember that we, too, are English": Constructions of citizenship and national identity in English elementary school reading books, 1880-1914. Victorian Studies, Toronto: Indiana University Press, v. 38, n. 3, 1995, p. 395-427.
LOPES, Eliane Marta TEIXEIRA; GALVÃO, Ana Maria de Oliveira. História da Educação. Rio de Janeiro: Editora DP&A, 2001, p. 115.
SOARES DE GOUVÊA, MARIA CRISTINA. Escola compulsória inglesa: história e historiografia. Revista Brasileira de Educação, v. 18, n. 53, 2013, p. 377-496.
YANDLE, Peter. The politics of history teaching in England, 1870-1930. Manchester: Manchester University Press, 2015, p. 244.
Parabéns pelo texto Elizabeth! A minha pergunta é a seguinte: em sua percepção, a regionalização do conhecimento histórico e/ou do ensino de história deve sobrepujar as pretensões do Estado de se criar uma identidade única forjada em sua orientação ideológica ou a regionalização do saber é um instrumento do Estado para tal fim?
ResponderExcluirRespondido.
ExcluirAtenciosamente,
Elizabeth Oliveira
Parabéns pelo texto Elizabeth! A minha pergunta é a seguinte: em sua percepção, a regionalização do conhecimento histórico e/ou do ensino de história deve sobrepujar as pretensões do Estado de se criar uma identidade única forjada em sua orientação ideológica ou a regionalização do saber é um instrumento do Estado para tal fim?
ResponderExcluirWelerson Fernando Giovanoni
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirBoa noite, Welerson.
ExcluirGrata pela apreciação.
Com base no seu questionamento, respondo que no período em que realizo a análise compreendo que o Estado visa criar uma identidade única, ou seja, aponta todos como iguais através de suas características: ancestralidade, cor de pele, cor dos olhos, assim como pela força, vontade de auxiliar o Estado. Todas essas ideias disseminadas em uma leve escrita, pretendia estimular o auto reconhecimento dentro da nação para alcançar o interesse do Estado em fortalecer sua nação.
Exemplo de uma passagem presente na fonte – Reading Book - que está sendo analisado, “Longmans’s ‘Ship’ historical Readers: Stories from English”, pontua muito bem a pretensão do Estado em estabelecer tal identidade única: “The English were tall and strong, with fair, and eyes of blue or grey. They had warm clothing of flax or wool; their cloaks were clasped with brooches of bronze; and the rich wore on their arms great rings of gold or silver.” (1891, p. 45)
Atenciosamente,
Elizabeth Oliveira
Boa Noite, cara Elizabeth
ResponderExcluirEu me Chamo Danilo Sorato. Parabéns pela sua comunicação.
Eu quero perguntar como se dá a relação entre o seu conceito, de Livro de Leitura, e o Livro Didático no Brasil? Existe alguma forma de compará-la?
Cordialmente,
Danilo Sorato Oliveira Moreira.
Boa tarde, Danilo.
ResponderExcluirGrata pela apreciação.
Quanto ao questionamento, entendo o livro didático a partir do conceito de Itamar Freitas (2009), em que o autor afirma que “é um artefato impresso em papel que veicula imagens e textos em formato linear e seqüencial, planejado, organizado e produzido especificamente para uso em situações didáticas, envolvendo predominantemente alunos e professores com a função de transmitir saberes circunscritos a uma disciplina escolar (FREITAS, 2009, p. 12). Quanto ao conceito de livro de leitura faço uso do conceito abordado por Galvão (2009) que entende o livro de leitura "como aquele sobre o qual se apoiava a própria atividade de leitura que ocorria na escola, seja para aprender a ler ou exercitar as habilidades de leitura que ocorria na escola [...]” (GALVÃO, 2009, p. 107). Com base nesses dois conceitos, considero que o livro de leitura é um livro didático, ou seja, não pretendo compará-los como se fossem distintos, mas que o livro de leitura, material destinado para uso em escolas e aplicados pelos professores, é um livro didático.
Atenciosamente,
Elizabeth Oliveira
Oi Elizabeth, gostaria de saber se você identificou alguma relação dos livros de história ingleses ao que foi conhecido no Reino Unido como PAZ SAGRADA, uma união ocasional de classes e partidos em relativo vabor do imperialismo inglês no XIX? obrigado
ResponderExcluirBoa noite, Everton.
ExcluirNa análise feita, que ainda está em seus passos iniciais, não foi visível, ainda, nenhuma relação de uma possível União.
Atenciosamente,
Elizabeth Oliveira.