QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS: DO CURRÍCULO TRADICIONAL ÀS NOVAS DEMANDAS DE ENSINO
Frutos de tensões e
estratégias políticas, os currículos educacionais dialogam intimamente com os
anseios do Estado no tocante ao perfil de produção do conhecimento histórico,
direitos humanos e cidadania, os quais, em contextos particulares, foram orquestrados
a partir da ideia de uma homogeneização social. Isto é, um ensino que
aglutinava as singulares identitárias, históricas e as diversas memórias
coletivas, a fim de cristalizar um modelo único de ser, pensar e se perceber
historicamente. Dentro destas perspectivas, os grupos subalternos (em linhas
gerais, africanos, indígenas e mulheres) eram marginalizados, apagados ou
representados enquanto ‘anexos’ do processo histórico em virtude da exaltação
de personagens e eventos que acabavam por privilegiar nomes e datas importantes
e, por assim dizer, a grandeza da nação.
Nesta acepção, em suas
primeiras décadas, o ensino de história e a própria História pautavam-se em
mitos fundadores que pouco ou em nada dialogavam com suas teias sociais,
afinal, mais do que problematizar uma história brasileira, objetivava-se uma
aproximação com ‘a grande história europeia’. Noutras palavras, o Brasil
sentia-se europeizado, ignorando assim, suas matrizes africanas, indígenas e
latinas – entendendo-se como uma Nação ‘fora do seu lugar’. A invenção da sua
‘origem’ valia-se de sentidos e significados da cultural ocidental civilizada,
recorrendo as demais fissuras de seu tecido social apenas para legitimar o
discurso hegemônico e salvacionista europeu. E, de representações como estas,
perspectivas históricas vinculadas a dicotomia atraso/progresso,
selvagens/civilizados e/ou dóceis/hostis, legaram aos currículos educacionais
um déficit gigante para as demandas de ensino e aprendizagem.
Se até década de 1960
os princípios educacionais voltavam-se para eventos políticos, nota-se que
durante o período de Ditadura Militar, este viés foi adicionado ao intuito de
ajustar as crianças ao sentimento cívico, patriota e de cidadania, elegendo
novamente sujeitos históricos que serviam como ‘exemplos’ da Nação Brasileira e
que deveriam ser reverenciados pelo seu povo, conforme comenta Oliveira (2016).
Somente nos anos de 1990 é que novas normativas operacionalizaram mudanças nas
bases de ensino, delineando, deste modo, inovações quanto à função da
disciplina de história, suas temáticas e ferramentas metodológicas. Os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) vinculavam a História enquanto elemento
fundamental da identidade, fosse ela individual, social e coletiva, as quais se
constituiriam e dialogariam com a identidade, memória e história nacional. Ou
seja, a pessoal, individualmente, possuía elementos que se conectavam com uma
identidade que aglutinava singularidades, e estas, por sua vez, não eram
descaracterizadas por aspectos mais amplos, pois permitiam reconhecer a relação
entre o ‘eu’ e o ‘outro’.
Esse ‘outro’, neste
contexto, teria seu lugar na história e nos currículos educacionais, no
entanto, de forma transversal. Logo, as temáticas étnico-raciais e de gênero
seriam discutidas em momentos específicos, como o Dia da Mulher, Dia do Índio,
13 de maio, ou quando houvesse interesse ou projetos ligados ao tema. Esse
culto à datas ‘comemorativas’ restringia os debates de forma mais abrangente
por três motivos centrais: primeiro, porque oportunizava a continuidade dos
modelos de ensino anteriores; o segundo, porque acabava se tornando uma
atividade que pouco se relacionava com os demais conteúdos, isto é, apagava a
presença dos grupos subalternos dos processos históricos, afinal, os mesmos atuaram
enquanto agentes históricos em toda a História Brasileira (ou, boa parte dela)
e não somente nestas situações específicas; por fim, porque privava de uma
discussão mais ampla e impossibilitava desvelar como as resistências, heranças
e contribuições subalternas deram corpo à cultura, história, memória e
identidade nacional, a qual é formada no seio de processos históricos que
contam com aspectos que se mesclam, se transformam, resistem e permanecem nos
grupos e subgrupos que formam o que conhecemos e entendemos enquanto Brasil.
É claro que este
contexto educacional trouxe reformulações nas balizas de ensino, entretanto,
ainda assim, era preciso mais.... Esse mais foi conquistado por meio de
diversas críticas, questionamentos e lutas de múltiplos movimentos sociais que
buscavam um modelo de ensino democrático e igualitário, para que os grupos
subalternos, os quais durante séculos foram marginalizados e excluídos das
demandas educacionais, tivessem seu espaço nos currículos. E, mais do que isso,
fossem apresentados de maneira crítica e a trazer luz à resistência,
diversidade e importância para a formação da cidadania, bem como, composição e
integração à História Nacional, sendo esta composta por pilares heterogêneos –
povos africanos, indígenas e europeus em conjunto, diálogos e intersecções
culturais, e não enquanto aculturados ou vieses que denotassem a superioridade
de um sobre o outro.
Esta prerrogativa,
embora ecoe no século XX, sabe-se que tem suas vozes nos séculos anteriores, as
quais eram representadas por lideranças e grupos que ansiavam por uma sociedade
em que as pessoas, indiferente aos seus credos e origens, dividissem o mesmo
espaço, contando com os mesmos direitos e entendendo-se enquanto iguais. Frente
a estas diretrizes, é possível identificar diferentes sujeitos que lutaram por
essa igualdade, ou a liberdade de african@s e afro-brasileir@s, tais como Zumbi
dos Palmares, Teresa de Benguela, Luís Gama, Aqualtune, Castro Alves, Luisa
Mahin, José do Patrocínio, Dandara dos Palmares, José Rebolças, e segue uma
lista quase esquecida de pessoas que lutaram por uma transformação social.
Infelizmente, no que tange ao período de escravidão no Brasil, seu fim é tido
como um favor da Princesa Isabel ao assinar a Lei Áurea. É evidente que este
fato histórico tem sua relevância, todavia, não deve e nem pode mascarar todo o
processo de luta e resistência que o antecedeu.
Pensando no século XX,
foram conhecidas e notórias as ações do Movimento Negro Unificado e do Teatro
Experimental do Negro que resistiram aos modelos hegemônicos de história e
memória nacional, buscando assim, o respeito, valorização e reconhecimento da
cultura afro. Além disso, defendiam a ideia de que para se combater o
preconceito e o racismo, se fazia preciso o desenvolvimento de ações
afirmativas que incluíssem as formas de cultura que, historicamente, haviam
sido marginalizadas e/ou elaboradas de maneira depreciativa, em que se
reafirmavam estereótipos ligados à escravidão e inferioridade afro em
comparação aos parâmetros raciais europeus.
Neste viés, é possível
dizer que o conhecimento foi, e ainda é, uma importante ferramenta na
construção do respeito e da valorização das pessoas enquanto seres humanos.
Esse conhecimento é o caminho para romper as barreiras entre as diferenças e a
ponte que liga os sujeitos e grupos, permitindo a compreensão que as singulares
não devem significar ou justificar qualquer ideia ou ação discriminatória. Dito
isso, dois documentos foram fundamentais para (re)pensar as premissas de ensino
e aprendizagem no tocante as questões étnico-raciais, sendo eles: as “Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana” (2004), cujo teor está
embasado no intuito de oferecer, por meio de políticas de ações afirmativas,
uma ”política curricular, fundada em dimensões históricas, sociais,
antropológicas oriundas da realidade brasileira, e busca combater o racismo e
as discriminações que atingem particularmente os negros”; o segundo documento
se trata da Lei 10.639/03, assinada pelo ex-presidente Luis Inácio Lula da
Silva que, em síntese, orienta para o reconhecimento e valorização das etnias
afro e suas composições sociais, religiosas, culturais, literárias e
intelectuais a partir da reflexão e diálogo com as temáticas que já compõe o
currículo escolar, utilizando-se de metodologias e epistemologias que
fortaleçam e visibilizem o legado afro.
Portanto, partindo das
premissas relacionadas aos movimentos sociais, antepara à Lei 10.639/03 e
orientada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações
Etnico-Raciais, com as quais concordo, este texto dialoga com seus princípios,
anseios e a busca por um ensino crítico que permita o (re)conhecimento da
história afro, integrando os grupos subalternos que, abafados e maquiados –
social e politicamente –, foram abordados de uma forma que pouco contribuía
para uma prática educativa da sociedade como um todo e de defesa das
especificidades culturais, a fim de promover políticas de integração social.
Frente a estas colocações, entende-se que utilizando de uma nova roupagem
teórica e um olhar crítico para as temáticas afro, oportuniza-se novas
representações acerca de sujeitos e povos que historicamente possuem suas
imagens estereotipadas. Além disso, ao romper com as perspectivas
depreciativas, tem-se a possibilidade de gerar práticas de respeito e
valorização sociocultural, gerando, deste modo, a reprodução de novas
representações, as quais revelam e retratam personagens e situações de luta e
de resistência. E, sobretudo, demonstrando o quanto nós somos africanizados em
nossos jeitos de ser, falar, agir e pensar. Mas para perceber estas
influências, se faz necessário conhecer, debater e problematizar, tal como nos
fala Serrano (2007). E, aqui estamos nós, apontando mais uma vez para a
importância do conhecimento e a maneira como ele pode transformar saberes,
experiências e vidas quando permite o sentir-se representado, valorizado e
integrante da História.
Referências
Jessica Caroline
de Oliveira, licenciada em História pela Universidade Estadual do Paraná,
Pós-Graduada em História e Cultura Afro-brasileira pela Universidade Cândido
Mendes, Pós-Graduada em História, Cultura e Arte pela Universidade Estadual de
Ponta Grossa, onde também obteve o título de Mestra em História, Cultura e
Identidade, Doutoranda em História, Poder e Movimentos Sociais pela
Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
BRASIL. Parâmetros curriculares
nacionais: história/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF,
1998.
BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de
janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no
currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e
Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Diário Oficial da União.
Brasília, DF, 10 jan. 2003.
Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e
Cultura Afro-Brasileira e Africana. Disponível em:
http://www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp-content/uploads/2012/10/DCN-s-Educacao-das-Relacoes-Etnico-Raciais.pdf
Acesso em: 14 Jun. 2014.
OLIVEIRA,
J. C. África na sala de
aula: considerações sobre a inserção do ensino de história da África e da
cultura afro-brasileira no currículo escolar. In: BUENO, André; CREMA, Everton
e ESTACHESKI, Dulceli. (Org.) Pensando
Amanhãs: falando sobre o ensino de história.. 00ed.Rio de Janeiro/União da
Vitória, 2015.
Prezada,
ResponderExcluirAlguns professores ignoram esses assuntos em sala de aula e deixam a cargo de outros docentes resolver, onde, como todos sabem, só se fala na História da África em 20 de novembro, ou seja, dia da Consciência Negra, assim como a História do índio, que só é narrada em 19 de abril. Será que estamos mesmo preocupados em ensinar a verdadeira História da África e dos povos indígenas ou estamos apenas reproduzindo o que o Estado nos impõe?
Como podemos fazer valer a Lei de nº 10.639/03, se muitos docentes da rede básica, muitas das vezes presenciam casos de preconceito e racismo dentro da sala de aula e não repudiam a ação do aluno (a)? Jailton Santos Silva
Boa noite, Jailton. Agradeço a leitura do texto e as observações realizadas. Então, por muito tempo eu critiquei o fato de 'lembrar' destas temáticas apenas nessas datas específicas. Hoje, penso um pouquinho melhor e vejo como uma porta de entrada para o horizonte que estes debates fomentam. É claro que há pessoas que querem só 'cumprir o conteúdo', no entanto, tenho observado um aumento na demanda em aproximar pesquisadorxs destas áreas ao seio escolar, articulando palestras, oficinas e atividades que, ainda que soem um caráter transversal, tem possibilitado a reflexão de uma maneira mais crítica. Noutras palavras, não vejo como apenas 'cumprir determinações', mas sim, uma preocupação real com a cultura afrobrasileira (e em menor medida, indígena).
ExcluirNo tocante a sua segunda pergunta, tenho a impressão que muitxs não querem se envolver, pois isso implicaria em pensar em ações práticas de respeito e tolerância. E sim, esse silenciamento é um dos fatores que contribui para que não haja uma discussão frutífera no que tange os pontos elencados. Todavia, as minhas experiências tem revelado uma tomada de consciência docente e discente em relação ao racismo e preconceito, muitxs tomando posicionamento em situações desse caráter, inclusive, questionando docentes por seus discursos e práticas. Acredito que ainda há um longo caminho a percorrer, mas aos poucos temos avançado nestas questões. Espero ter respondido suas perguntas de forma adequada. Abraços.
Parabéns Jéssica Caroline de Oliveira, um excelente texto, letras que nos proporciona as condições para debater aspectos importantes sobre a Lei n° 10639/03, porém, diante do trecho, "Pensando no século XX, foram conhecidas e notórias as ações do Movimento Negro Unificado e do Teatro Experimental do Negro que resistiram aos modelos hegemônicos de história e memória nacional, buscando assim, o respeito, valorização e reconhecimento da cultura afro", em que falhamos ao tentar materializar os apontamentos da Lei em questão? Falta formação ou debate, ou militância?
ResponderExcluirKleyton Gualter de Oliveira Silva
Boa noite, Kleyton. Agradeço pela pergunta e leitura do texto. Acredito que ainda vivenciamos um processo de formação e/ou atuação docente que possui resquícios de um currículo que desconsiderava estes elementos, priorizando assim, uma cultura branca, cristã e europeia. A atuação destes movimentos sociais coexistiu a este processo e, de forma mais recente, temos visto uma reviravolta não só nas demandas de currículo, formação, atuação docente e renovação dos materiais didáticos, como também, acesso a demais formas de produção do conhecimento histórico e da consciência crítica tecendo novos horizontes para pensar a cultura afrobrasileira. Logo, a formação, debate e militância hoje, tem se mostrado forte. No entanto, é um processo... Aos poucos vamos avançando e, sinceramente, a minha experiência, em diálogo a outrxs profissionais, tem fomentado uma profunda esperança em fortalecer os objetivos alicerçados no século XX. Espero ter atendido seu questionamento. Abraços.
ExcluirMesmo diante desses passos introduzidos para a melhora do ensino com relação ha essas temáticas, ainda hoje não temos principalmente nos debates realizados nas escolas uma visão muito eurocêntrica?,já que muitos dos professores não valorizam devidamente essas culturas e estes povos enfatizando termos como por exemplo: "Descobrimento", dentre outros, ou seja mesmo em tempos atuais sera que as metodologias de ensino dão o devido valor aos alunos sobre negros e nativos indígenas que já estavam aqui em solo americano antes da chegada dos europeus? Getúlio Yukio Kinoshita
ResponderExcluirBoa noite Getulio. Grata pela participação e leitura do texto.
ExcluirDialogando com a minha resposta anterior, penso que ainda contamos com resquícios de uma formação docente e materiais que depreciam e desprestigiam estas temáticas. Inclusive, pensando nos conceitos 'descobrimento', 'aculturação' ou 'sincretismo', notamos que ainda há algumas permanências nos discursos escritos e orais de profissionais que parecem ter 'parado no tempo'. Por outro lado, tenho notado que há também materiais com debates atualizados e centrados na valorização da diversidade cultural africana e afrobrasileira, portanto, é preciso garimpar... se atualizar, pesquisar e não deixar de buscar uma formação continuada - mesmo sem o apoio e financiamento do Estado, o qual tem cada vez mais solapado os meios para debates e reflexão. Espero ter respondido sua pergunta. Abraços.
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ResponderExcluirAinda que recente esta conquista, os instrumentos legais já asseguram maior visibilidades para as questões étnico-raciais, o que perpassa, dentre outras coisas, a disseminação do conhecimento das contribuições africanas na formação social do nosso povo, no entanto, ainda há um longo caminho a percorrermos no sentido de forjarmos uma consciência histórica coletiva que proporcione uma transformação social advinda do acesso a este tipo de discussão, visto que o atendimento à lei ainda acontece de forma limitada. A própria historiografia brasileira tratou de apresentar o negro como um sujeito menor, subalternizado, a contribuição do negro para a formação social do nosso país é continuamente atrelado a figura do escravo, que aliás nunca se beneficiou das riquezas que ajudaram a construir, mesmo as figuras negras de destaque na historiografia ainda são desconhecidos da grande maioria. Neste sentido, a academia ainda se mantém "alheia", a parte das demandas das populações negras, no sentido de correção deste discurso que representa o negro e suas contribuições de maneira subalternizada? mudar este panorama é uma questão que a interessa?
ResponderExcluirATT,
ADELÂNIA ROCHA DE SOUZA.
Boa noite, Adelânia. Agradeço pela leitura e participação. Bem, pensando nas instituições de ensino superior que tive contato, percebo que há uma engajamento para que debates críticos e de valorização do legado afro seja realizado dentro da sala de aula, como também, através de eventos, simpósios temáticos específicos, etc. No entanto, é claro que também já notei que há, em alguns lugares, uma perspectiva de inserir a história da África, ou cultura afro-brasileira, dentro das disciplinas já existentes na grade curricular, por exemplo, História do Brasil, História da América, entre outras. Logo, conforme quem ministra disciplina, sim, acaba por generalizar ou trazer perspectivas que tecem representações destes sujeitos de forma subalternizada. Creio que não só o interesse quanto a prática da mudança é ago pessoal e institucional, portanto, é preciso mais do que um 'cumprir uma obrigação', inquirindo assim a premissa de querer ensinar, mudar, desconstruir e trazer luz a vieses que permitam um 'novo' olhar a estas temáticas, o que é um processo... Espero ter respondido suas questões. Abraços.
ResponderExcluirPrezada,
ResponderExcluirQuando pensamos a educação de base no Brasil e a inserção do ensino de história, como na sua visão poderíamos articular a produção de conhecimento e de diálogo acerca das culturas não hegemônicas como a negra e a indígena sem que o processo pareça tanto para o aluno quanto para o professor, uma prática distante?
Boa noite, Matheus. Agradeço pela pergunta e leitura do texto. Vou responder a partir da minha prática, penso que se torna algo próximo quando temos leitura (formação), interesse (em aprender e ensinar) e vontade de colocar em prática e atuar na área. Afinal, há temas que sinceramente me sinto um pouco limitada, por exemplo, em história da China ou Islâmica, logo, ainda que eu tenha um sentimento de buscar aprender para conseguir ensinar, me sinto um pouco travada. Diferente da cultura afro e indígena, as quais possuo formação e tenho de longa data atuação nas escolas, publicações e pesquisas. Em síntese, o conhecimento é a chave para essa aproximação. E para conquistar esse conhecimento, se faz necessário ter interesse e empatia, por estas ou quaisquer temáticas, visto que todas se referem a grupos ou sociedades humanas. Espero ter atendido sua pergunta. Abraços.
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