UM BREVE HISTÓRICO DA EJA NO BRASIL
A EJA (Educação de Jovens e Adultos)
é definida como uma modalidade da educação básica, que foi reconhecida na LDBEN
nº 9.394/1996, destacada no art. 37: “A educação de jovens e adultos será
destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino
Fundamental e Médio na idade própria” (SOUZA, 2012, p.16). Na atualidade “é
praticamente um consenso que o sujeito da EJA possui uma vasta bagagem cultural
e que os conteúdos da EJA precisam ter estreita ligação com essa realidade”
(SOUZA, 2012, p.17). Portanto, a história da EJA no Brasil se insere num
cenário político, social e econômico, em que seus sujeitos são trabalhadores,
jovens em busca do primeiro emprego ou aposentados. Tais fatores criam uma
relação entre a educação e o trabalho e são resultado de um processo em que os
trabalhadores passaram a ter voz ativa no sistema educacional brasileiro. A
educação atualmente denominada de “jovens e adultos” em outros momentos históricos
foi definida como educação de adultos e educação popular.
“A educação popular é um paradigma
educacional, se assim se pode dizer, que articula o acesso ao conhecimento a
processos emancipatórios. Ela foi desenvolvida no contexto de movimentos populares
e de trabalhadores. Paulo Freire é um dos educadores que adensou o debate da
educação popular no Brasil, particularmente nos anos de 1960. A educação de
adultos tem trajetória secular na educação brasileira, tendo como bandeira
central a superação do analfabetismo.” (SOUZA, 2012, p. 36).
Até a
República Velha a questão da educação de adultos estava voltada mais para o
analfabetismo, pois a legislação brasileira excluía o analfabeto que era
tratado como “ignorante” e considerado uma marca social do subdesenvolvimento
de um país. Essa e outras questões refletiram em ações do Governo Vargas que em
1934, no texto redigido para a Constituição Federal, declarou pela primeira vez que a “educação é direito de todos e deve
ser ministrada pela família e pelos poderes públicos (art.149) ”. Isto é, a
educação passou a ser um direito de toda a população, porém não deveria ser uma
obrigação do Estado com a sociedade.
Na segunda metade da década de 1950 ocorreram discussões sobre a
primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, promulgada em 1961.
Era um momento de desenvolvimento econômico nacional e foram apontadas novas
funções para a educação brasileira. Durante o II Congresso de Educação de
Adultos, realizado no Rio de Janeiro em 1958, as ideias de Paulo Freire
ganharam destaque. O autor contribuiu para a visão de que o analfabetismo era
consequência das desigualdades sociais e repensou o processo educativo como
interventor na estrutura social de base, partindo de um princípio crítico da
realidade dos estudantes. Ou seja, educação e alfabetização passaram a ser
interligadas.
Paulo Freire, em 1963, decidiu organizar e desenvolver um Programa
Nacional de Alfabetização de Adultos, devido à implantação da LDBEN/1961.
Entretanto, por causa do golpe militar de 1964, Freire foi impedido de expandir
seu projeto em âmbito nacional, pois sua proposta de conscientização dos alunos
passou a ser vista como uma ameaça para a nova ordem vigente (PORCARO, 2011, p.30). Assim, Freire se exilou do país e os governos militares
voltaram sua atenção para programas de alfabetização de adultos num modelo
assistencialista e conservador. Dentro do contexto político da ditadura, em
1967, Mário Henrique Simonsen defendeu o desenvolvimento e a eliminação das
desigualdades, oferecendo como alternativa o acesso à escola e um alto
investimento em educação. Desta forma, o ensino voltado para adultos recebeu
investimentos para dois projetos: a fundação do MOBRAL e a organização do
Ensino Supletivo (FRIGOTTO, 1995, p.41-42).
O primeiro, em sua organização, reconheceu a necessidade de saber
ler e escrever, ainda que com finalidade não partilhada pela grande maioria dos
educadores que eram contra o regime militar. Por outro lado, era conferida uma
autonomia administrativa e financeira, com recursos volumosos, para resolver o
analfabetismo em dez anos: uma questão nacional que afetava um largo
contingente da população. O MOBRAL representou uma realidade, mas não foi uma
constituição de direitos (PAIVA,
2009, p.165-166). O objetivo de membros do governo
era investir na força produtiva dos trabalhadores, apostando que a
alfabetização contribuiria para colocar o país no caminho do progresso e
desenvolvimento. Entretanto, a estrutura do MOBRAL não alcançava todos os
municípios do país, mesmo com o governo anunciando que a educação deveria ser
um direito de todos (PAIVA, 2009, p.165-166).
O Ensino Supletivo foi implantado com a Lei de Diretrizes e Bases
5692/71, na qual havia um capítulo exclusivo sobre a educação de adultos.
Apesar de limitar o dever do Estado à faixa etária dos sete aos quatorze anos,
a LDB/71 reconheceu formalmente a educação de adultos como um direito de
cidadania. Em 1974, como consequência desse reconhecimento, “o MEC propôs a
implantação dos Centros de Estudos Supletivos (CES), que se organizavam com o
trinômio tempo, custo e efetividade” (SOARES,
1996, apud PORCARO, 2011, p.31). Como o país efetivava inúmeros acordos entre MEC e USAID
(United States Agency for International Development), os cursos oferecidos
foram profundamente influenciados pelo tecnicismo, adotando-se neles os módulos
instrucionais, o atendimento individualizado, a autoinstrução e a arguição em
duas etapas - modular e semestral. “Como consequências dessa política, passaram
a ocorrer, então, os altos índices de evasão, o individualismo, o pragmatismo e
a certificação rápida e superficial” (SOARES, 1996, apud PORCARO, 2011, p.31-32).
A história da EJA também acompanhou o processo de redemocratização
do país, abandonando as práticas de ensino da ditadura e buscando inovar no
campo da educação. O MOBRAL foi extinto em 1985 e em seu lugar foi criada a
Fundação Educar, que se eximia de executar diretamente os projetos de educação
para jovens e adultos, passando a financiar e apoiar tecnicamente as iniciativas
existentes, indo na contramão do novo contexto nacional. Para Sérgio Haddad
(2007) a EJA é uma conquista brasileira e o seu reconhecimento como um direito
humano aconteceu gradativamente ao longo do século XX, atingindo seu ápice com
a Constituição de 1988, quando membros do governo reconheceram a demanda de
atender jovens e adultos que não tiveram acesso à escola no tempo regular.
Porém, segundo o autor, o contexto das reformas neoliberais dos anos de 1990
limitou o acesso a esse direito constitucional.
Observa-se uma tendência de municipalizar o ensino de jovens e
adultos no ensino fundamental a partir de 1990. A Fundação Educar foi extinta
durante o mandato de Fernando Collor, que retirou o encargo do governo federal
nesse campo de atuação, rejeitando a articulação da política nacional da EJA e
obrigando os municípios a assumir essa responsabilidade. Nesse mesmo período o
Ministro da Educação, José Goldenberg, durante um pronunciamento afirmou
reconhecer que o analfabeto não tinha bom lugar, mas por “já estar lá e ter
conseguido se arranjar assim, não valia a pena mexer com ele, porque a
prioridade deveria ser educar as crianças para prevenir o mal” (PAIVA, 2009, p.187). Esse não foi o único caso em que a educação de jovens e
adultos foi desqualificada dentro de discussões sobre projetos do governo:
“‘Deixem os velhinhos
morrerem em paz! Deixem os velhinhos morrerem em paz!’. Assim se pronunciou
Darcy Ribeiro, diante das câmeras de vídeo e os olhares atônitos de cerca de
1.500 pessoas, educadores, professores, responsáveis por políticas públicas, no
encerramento do Congresso Brasileiro organizado pelo GETA – Grupo de Estudos e
Trabalhos em Alfabetização em 1990, por ocasião das mobilizações que marcaram o
Ano Internacional da Alfabetização. Darcy, firme, falador incansável,
argumentava, diante do seu amigo Paulo Freire, que assistia à sua performance
na mesma mesa-redonda, no auditório da antiga Escola Caetano de Campos. Pode-se
dizer que ali, por sua ousadia, Darcy inaugurava uma nova etapa de desqualificação
da educação de pessoas jovens e adultas no âmbito das políticas públicas,
revertendo um movimento inclusivo dos direitos por educação dos últimos
cinquenta anos. A aprovação da Lei nº 9.394/96, que estabelece as novas
diretrizes e bases da educação nacional, e que toma por base o projeto do mesmo
Darcy, é um novo capítulo no caminho dessa desqualificação.” (HADDAD, 1997,
p.111).
Sérgio Haddad (1997) afirma que a prioridade de líderes do Estado
passou a ser a educação fundamental de crianças, deixando de lado outros níveis
escolares. A ruptura legal se iniciou com o Projeto de Lei nº 92/96 proposto no
governo de Fernando Henrique Cardoso, que embalado pelo discurso de
desqualificação da educação de pessoas adultas – contido nas orientações de
alguns educadores brasileiros e dos assessores do Banco Mundial – trouxe uma
novidade constitucional que foi, basicamente, a retirada de direitos. O
contexto de aprovação da Nova LDB foi de constante desqualificação da EJA,
considerando essa modalidade uma educação de segunda classe.
Haddad (1997) não perde de vista a conjuntura da LDB 9.394/96. O
autor indica que o texto contém dois fatores que podem enganar o julgamento de
muitos leitores: uma seção para a Educação de Jovens e Adultos e uma aparente
flexibilidade da educação de adultos. O tema da EJA é tratado de forma parcial
e sob a ótica da reforma do Estado, que priorizou a educação fundamental de
crianças em detrimento de outros níveis e grupos sociais. Observa-se que não há
nenhum artigo que contemple a questão do analfabetismo, com o tema passando
totalmente despercebido mesmo após os compromissos firmados no Plano Decenal de
Educação de 1993. Do mesmo modo, a lei aprovada reafirmou o conceito de
educação de adultos que o regime ditatorial implantou com a LDB/71 considerando
apenas o ensino supletivo como necessário. Na verdade, foi além, pois
empobreceu o modelo de 1971 ao descaracterizar o ensino de pessoas adultas no
que tange a sua necessidade de ter uma estrutura e um modelo de preparação
próprio para atender esse público. Por fim, não se preocupou em criar
mecanismos que dessem condições para a permanência desse aluno na sala de aula,
afinal de contas tratava-se de um grupo social que tinha um esforço redobrado
para se manter em um programa escolar (PAIVA,
2009, p.120-121).
Sendo assim, o discurso da inclusão – predominante na década de
1980 – foi substituído pelo discurso de limitação de direitos, permanecendo seu
reconhecimento formal, mas não sendo estruturadas as condições necessárias para
a sua ampla realização. Com a criação do FUNDEF, uma divisão de
responsabilidades fez com que o governo ampliasse os programas de
alfabetização: os governos municipais atuariam nos quatro primeiros anos do
Ensino Fundamental e os governos estaduais assumiriam os quatro últimos anos do
Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Isso se caracterizou em uma
descentralização na educação de jovens e adultos, que se mantinha concentrada
no governo federal desde o início das Campanhas Nacionais de Educação (PORCARO, 2011, p. 31-32).
Paralelamente a esse processo, ocorria um reconhecimento
internacional da importância da EJA através de conferências organizadas pela
UNESCO que unificou várias delegações para discutir essa questão. O MEC, em
1996, incentivou ações para diagnosticar o analfabetismo em cada estado,
discutindo metas e ações para a EJA. Os estados se organizaram em diversos
encontros, os quais resultaram em um evento ocorrido em Curitiba, com apoio da
UNESCO, que mobilizou o V CONFINTEA (Conferência Internacional de Educação de
Adultos). Como consequência desse encontro acertou-se o início de uma série de
outros encontros a nível nacional para discutirem sobre a EJA. Destaca-se,
nesse sentido, o 1º ENEJA (Encontro Nacional de Educação de Jovens e Adultos),
em 1999, no Rio de Janeiro, estimulando outros eventos e a criação dos Fóruns
Estaduais de EJA que se expandiram e conseguiram alcançar todos os estados
brasileiros. Os fóruns assumiram a responsabilidade de acompanhar as políticas
públicas de EJA e de se reunirem nos ENEJA’s. Além disso, participaram das
audiências do Conselho Nacional de Educação que discutiram as Diretrizes
Curriculares para a EJA; marcando presença também em alguns estados na
elaboração de Diretrizes Estaduais e em alguns municípios participando da
regulamentação da EJA (PORCARO,
2011, p. 33).
No início século XXI um dos marcos para a EJA é o Parecer CNE
11/2000, que foi a normalização das Diretrizes Nacionais e permitiu que o
conselheiro Jamil Cury criasse uma rede de conversas com os atores da EJA no
país. O conselheiro fez uma defesa do direito à educação de jovens e adultos,
além de apontar que a correção dos erros históricos que causaram tal exclusão
só seria possível se a EJA assumisse três funções: reparadora, equalizadora e
qualificadora. A função reparadora
é devolver o acesso à escola àqueles que não tiveram oportunidade durante a
idade regular, quando eram crianças; a função equalizadora reflete politicamente a necessidade de maior oferta
para quem é mais desigual do ponto de vista da escolarização; e por fim, a
função qualificadora é o aprender por
toda vida, o verdadeiro sentido da EJA ao possibilitar processos de educação
continuada (BRASIL,
2000, p. 46-48).
Entretanto, essa formulação de Jamil Cury é feita em um contexto
de pouca compreensão do que caberia à educação de jovens e adultos. O governo
de Fernando Henrique Cardoso também se posicionou em favor da prioridade do
Ensino Fundamental para crianças de sete a quatorze anos, enquanto para os
analfabetos e semianalfabetos coube apenas os programas compensatórios sob a
forma de ação social. Essa política praticamente excludente no que tange o
atendimento educacional a outras faixas etárias – aliada ao aumento da
desigualdade social – acabou se agravando. A escola brasileira crescia em
atendimento, mas não em qualidade, criando uma nova demanda: uma modalidade de
educação que atendesse não somente adultos, mas também os jovens. Isso ampliou
o conceito de educação de adultos para o de jovens e adultos em diversos países
que passavam pelas mesmas dificuldades estruturais e de conjuntura do Brasil.
Jane Paiva (2009) afirma que, nesse momento, há um aspecto novo que é muito
relevante: o surgimento do segmento jovem na formulação do campo educacional
que abrange a EJA. Isso porque, incialmente, a modalidade se limitava aos
adultos, não incluindo os jovens devido ao conceito de juventude e vida adulta
serem marcadamente dissociados no campo social (PAIVA, 2009, p. 205-207).
Ao contrário de Fernando Henrique Cardoso, seu sucessor, Luiz
Inácio Lula da Silva, puxou para seu governo a responsabilidade de criar
mecanismos que pudessem não só oferecer o ensino para jovens e adultos, mas
também manter sua continuidade.
“A partir do início do
primeiro Governo Lula, algumas mudanças foram ocorrendo em relação à política
de EJA: a declaração do direito de todos os jovens e adultos à alfabetização,
embora ainda na forma de campanha, pelo Programa Brasil Alfabetizado, a
retomada do Programa Recomeço, rebatizado como Fazendo Escola, e a atenção dada
à juventude, com o lançamento do PROJOVEM – Programa Nacional de Inclusão de
Jovens. Em 2006, ocorreu o lançamento do PROEJA – Programa Nacional de
Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de
Educação de Jovens e Adultos, prevendo educação profissional técnica de nível
médio e formação inicial e continuada com ensino fundamental de 5ª a 8ª série”
(PORCARO, 2011, p. 35-36).
Apesar de tais ações terem sido positivas no mesmo período houve
uma descentralização quanto a responsabilidade da educação de jovens e adultos.
Antes centrada no governo federal e estadual, começou um processo e
municipalização dos serviços numa tentativa de aproximar a demanda das funções
oferecidas, favorecendo a democratização dos serviços públicos. Contudo, há
críticas sobre esse mecanismo de municipalizar o Ensino Fundamental ofertado
para maiores de 15 anos, pois a administração do governo não conseguiu
universalizar a modalidade da EJA. Ou seja, os municípios não receberam
recursos para conseguirem manter um ensino de qualidade: apenas transferiram a
responsabilidade de uma instância para outra (PORCARO, 2011, p. 35-36).
Sendo assim, atualmente a EJA do Ensino Fundamental se tornou responsabilidade
dos municípios, enquanto a EJA do Ensino Médio ficou a cargo dos governos
estaduais.
Durante o processo de construção da EJA observa-se que, nos
primeiros programas desenvolvidos por gestões do governo, a educação para
adultos era colocada no mesmo molde do ensino para crianças. Com o avanço da
concepção da educação popular e o acúmulo de novas experiências por educadores
e educandos, passou a haver um questionamento sobre os conteúdos e metodologias
que fundamentavam a educação oficial de adultos (SOUZA, 2012, p. 37). Deste
modo, foram desenvolvidas novas formas de atender esses alunos, priorizando as
demandas e necessidades desse público.
Paulo Freire disse que “o sujeito que se abre ao mundo e aos
outros inaugura com seu gesto a relação dialógica em que se confirma como
inquietação e curiosidade, como inconclusão em permanente movimento na
história” (FREIRE, 1996, p. 154). A educação de jovens e adultos tem contado,
desde seu princípio, com a solidariedade e relações interculturais como
práticas de ensino. A luta pelo reconhecimento do direito a uma educação de
qualidade e promotora de cidadania para jovens e adultos ainda continua através
de discussões e ações, pois, como afirmou o próprio Freire, “o ser humano é
maior do que os mecanismos que o minimizam” (FREIRE, 1996, p. 130). Desta forma, a Educação de Jovens e Adultos
tem se apresentado como uma resistência por ser uma alternativa de ensino para
milhares de brasileiros, apesar de seus moldes serem conservadores na
perspectiva de discussões sobre novas metodologias de ensino.
Referências
Bruna Aparecida Gomes Coelho é Doutoranda em História Social (UFRJ),
Mestre em História (UFSJ) e Licenciada e Bacharel em História (UFSJ).
BRASIL. Conselho Nacional de
Educação. Parecer CEB 11/2000. Diretrizes Curriculares para a Educação de
Jovens e Adultos. Brasília: MEC, maio 2000.
_______. Constituição Brasileira. 5
de outubro de 1988.
_______. Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional – Lei 9.394/96. Brasília, 20 de dezembro de 1996.
FREIRE, Paulo et al. Relatório final
do seminário regional de educação de jovens e adultos. II Congresso Nacional de
Educação de Adultos. Pernambuco, 1958. (mimeo.)
___________. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e a crise do capitalismo real.
São Paulo: Cortez, 1995.
HADDAD, Sérgio. A educação de
pessoas jovens e adultas e a nova LDB. In: BRZEZINSKI, Iria (org.). LDB interpretada: diversos olhares se
entrecruzam. São Paulo: Cortez, 1997. (p. 111-127).
HADDAD, Sérgio (org.). Novos caminhos em educação de jovens e
adultos – EJA: um estudo de ações do poder público em cidades de regiões
metropolitanas brasileiras. São Paulo:
Ed. Global, 2007.
SOUZA, Maria Antônia de. Educação de Jovens e Adultos. – Curitiba: Editora InterSaberes, 2012.
PAIVA, Jane. Os Sentidos do Direito à Educação para Jovens e Adultos.
Petrópolis, RJ : DP et Alii ; Rio de Janeiro : FAPERJ, 2009.
PORCARO, Rosa Cristina. Caminhos e desafios da formação de
educadores de jovens e adultos. Belo Horizonte. Tese de doutorado da
Faculdade de Educação da UFMG, 2011.
A Educação de Jovens e Adultos é um tema que merece um olhar diferenciado. Sou filho de agricultores analfabetos. Por muito tempo, pude perceber o olhar de tristeza de minha mãe ao pegar uma receita de comida na TV e não conseguir prepará-la. Só pode externar a dor de não enxergar é aquele que não enxerga ou no caso de minha mãe, de quem não sabe ler. Com força de vontade e com mais de 50 anos, mesmo contra a vontade de meu pai, ela seguiu para a escola, onde, a noite, nas turmas do Alfabetização Solidária, conseguiu rabiscar as primeiras letras e no finalzinho do processo, o seu nome. Poder substituir o RG, onde tinha escrito, com letras em CAIXA ALTA, e em VERMELHO, ANALFABETA, pelo seu nome foi uma de suas grandes conquistas, e como ela mesmo disse no período: "não tem preço"!
ResponderExcluirNesse sentido de conquista, o caráter reparador da EJA segue a passos de lesmas, mas já podemos perceber pequenos avanços, contudo, me questiono sobre Como reparar anos e décadas de falta de oportunidades para quem não sabia ler e escrever? Como as políticas públicas estão inserindo o público da EJA no mercado de trabalho? Quando o público da EJA se verá como alunos iguais ou com o mesmo direito dos alunos regulares?
João Batista Barbosa da Silva
ola, lendo o seu texto percebemos que o conhecimento socializado no espaço escolar deve oportunizar condições aos educandos de serem cidadãos, deve também valorizar sua cultura de referência, acrescentando novos conhecimentos e tornar os mesmos sujeitos autônomos intelectualmente. Qual a função da escola nessa transformação social? que tipos de metodologias são apropriadas ao ensino no EJA?
ResponderExcluirDaniele Gluszczak Skorupa
Muito bom esse artigo. É uma pena que a Educação de Jovens e Adultos fica sempre no esquecimento, as politpolí públicas para essa modalidade é inexistente. Percebemos isso sempre agira recentemente vimos o caso da BNCC que nada fala sobre a EJA ..
ResponderExcluirPorque será que a Educação de Jovens e Adultos é esquecida??
ResponderExcluirO EJA em nosso país é um verdadeiro descaso, as pessoas são jogadas na sala de aula e em muitas das vezes terminam sem aprender nada,é feito somente para "cumprir tabela", diante disso o que fazer para que o estado atente para isso? Como fazer com que o EJA seja um ensino de verdade e não somente uma opção de pegar o diploma e pronto?
ResponderExcluirEm a mudança histórica que alterou a pactuação que, como você afirma "Antes centrada no governo federal e estadual, começou um processo e municipalização dos serviços numa tentativa de aproximar a demanda das funções oferecidas, favorecendo a democratização dos serviços públicos", o que poderia dizer? Foi uma mudança positiva ou uma transformação da modalidade EJA para um modelo "padrão" acelerado de ensino?
ResponderExcluirKleyton Gualter de Oliveira Silva
Olá, gostaria de saber, ampliando o importante debate, como a BNCC pensou a Educação de Jovens e Adultos?
ResponderExcluirOlá Bruna, a EJA é uma modalidade de grande apreço e gostaria de saber se no decorrer de sua pesquisa existe alguma revisão para combate a evasao escolar; motivo pelo qual muitas escolas preferem nao abrirem matrículas para evitar o aumento no quadro de números dede desistência.
ResponderExcluirQuais as dificuldades metodológicas da pesquisa sobre história da EJA?
ResponderExcluirCláudio Correia de Oliveira Neto
Olá, Bruna. Parabéns pela comunicação.
ResponderExcluirDurante alguns anos, lecionei em turmas da Educação de Jovens e Adultos, em escolas localizadas em comunidades carentes. Foi a experiência mais marcante da minha vida docente, foi ali naquelas salas de aula que compreendi que, sim, o professor de história tem uma função social importantíssima. Mas sabemos que a EJA sofre com altas taxas de desistência/abandono, essa é uma constante que envolve causas das mais variadas. Como você observa essa questão? E, para você, quais serão os benefícios da implantação da Base Nacional Comum Curricular - BNCC para esta modalidade de ensino?
Vânia Cristina da Silva.
Boa noite, Bruna.
ResponderExcluirUm dos períodos q acredito foi mais crítico na História da EJA no Brasil, foi o período da Ditadura Civil-militar. Durante mto tempo se difundiu a ideia q o mais importante era formar trabalhadores e não cidadãos conscientes do meio social onde vivem.
Outro ponto q pode ser mencionado é q o trabalho com jovens e adultos deve ser diferenciado. A mesma metodologia utilizada no ensino regular com crianças e adolescentes, não pode ser usado na EJA. O público, de maioria trabalhadora, necessita de métodos próprios e currículo adequado ao público q deixou de estudar e voltou a escola para buscar melhores condições de vida e trabalho.
Infelizmente mtas escolas não dedicam o mesmo esforço e dedicação do diurno da mesma forma no noturno. No entanto, faz-se necessário vi buscar um currículo q dialogue com a realidade dos estudantes da EJA, para que vejam sentido em voltar a estudar e se sintam verdadeiramente representados em sala de aula.
Aline Nunes Rangel